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No RS, Justiça bloqueia bens de investigados nas operações Leite Compensado

Do UOL, em Porto Alegre

19/12/2014 21h26

O TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) bloqueou bens e imóveis de duas empresas e duas pessoas investigadas na sexta e sétima etapa da Operação Leite Compensado. Capitaneada pelo MP (Ministério Público), a investigação apurou a responsabilidade pela adulteração de leite industrializado em território gaúcho e revendido em outros Estados.

A decisão é de caráter liminar e atende a um pedido do MP. As empresas que terão veículos e imóveis bloqueados são a Confepar, que possui matriz paranaense e unidade na cidade gaúcha de São Martinho, e a Transportes Rafinha, cuja sede é em Gaurama. Além delas, os dois sócios da Transportes Rafinha também foram comprometidos pela decisão.

Com o intuito de que o dinheiro dos envolvidos  - que pode ser usado em indenizações - saia de suas contas, a Justiça também quebrou o sigilo bancário dos investigados e o bloqueio de eventuais saldos.

A Confepar é investigada por supostamente comprar leite com ureia no RS e revendê-lo com o selo Polly no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Três executivos da empresa foram denunciados. Ao mesmo tempo, a Transportes Rafinha é suspeita de adicionar água ao leite antes de descarregar o produto na indústria, no RS. 
 
No dia 3 de dezembro, foi desencadeada a sétima Operação Leite Compensado. Na ocasião, foi verificada a adulteração do leite em um esquema mais amplo do que o flagrado nas operações anteriores, que tiveram início em maio de 2013. Ficou comprovada a fraude em várias etapas da cadeia produtiva, desde a produção, até os postos de resfriamento.

A reportagem tentou contato com os envolvidos no início da noite desta sexta-feira, mas até a publicação desta reportagem, nenhum retorno foi obtido.

Leite Compensado

As operações Leite Compensado 1 e 2 foram desencadeadas em maio de 2013 e verificaram a adição de água e ureia durante o transporte do produto no RS. A Leite Compensado 3, de novembro do mesmo ano, descobriu o implemento de água oxigenada no traslado do alimento.

Já a Leite Compensado 4, comprovou a adição de água e ureia no transporte e em postos de resfriamento de leite em solo gaúcho. A Operação 5 chegou até a indústria, onde água e produtos químicos eram adicionados ao alimento para mascarar sua deterioração. 

A Operação Leite Compensado 6 ultrapassou as fronteiras do RS. Além de postos de resfriamento e cooperativas gaúchas, foi descoberto no Paraná a adição de água e elementos químicos para forjar o leite que já estava impróprio para consumo. A operação mais recente, a Leite Compensado 7, descobriu a colocação de água e sal no transporte, resfriamento do produto e em cooperativas no RS.