Polícia ouve testemunha de assassinato de líder comunitário do Alemão no RJ

A Polícia do Rio de Janeiro pretende ouvir nesta segunda-feira (22) um jovem de 18 anos que foi testemunha do momento em que Luis Antônio Moura, 41, foi assassinado. Presidente da Associação de Moradores do Conjunto das Casinhas, na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, Moura morreu após ser baleado em frente a um centro cultural da comunidade na tarde de sábado (20).

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, Leonardo Garcia dos Santos da Silva estava ao lado de Moura no momento dos disparos. Ele foi socorrido por moradores da comunidade e levado primeiro para a unidade de pronto-atendimento do Alemão e depois transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. A direção do hospital informou que o estado de saúde de Leonardo é estável.

Os tiros foram disparados de dentro de um carro que passou em frente ao centro cultural. Também conhecido como Guinha, o líder comunitário era militante da causa gay e fundador do Grupo Diversidade LGBT do Alemão. Ele é um dos personagens do filme Favela Gay, produzido pelos cineastas Cacá Diegues e Renata Magalhães e relatou no documentário casos de perseguição a homossexuais e transexuais na comunidade.

O coordenador do Programa Rio Sem Homofobia, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, disse ter recebido neste domingo (21) denúncias de que a atuação de Guinha para apoiar a implantação da UPP no Alemão e para realização da Parada Gay na comunidade provocaram descontentamento entre traficantes e líderes religiosos radicais, o que teria provocado o crime.

Por enquanto, nenhuma hipótese foi descartada pela polícia. O crime está sendo investigado pela Divisão de Homicídios. (Com Agência Brasil)