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Haitianos deixam família para trás em busca do Brasil de emprego e dinheiro

Nacilia Nascius, que está no Brasil desde 2013: "Para meu filho, a avó é a mãe dele" - Debora Komukai
Nacilia Nascius, que está no Brasil desde 2013: "Para meu filho, a avó é a mãe dele" Imagem: Debora Komukai

Debora Komukai

Do UOL, em São Paulo

22/12/2014 06h00

Com a intenção de cuidar, eles deixam quem amam para trás. Atravessam fronteiras dentro de um ônibus apertado, carregando o medo de serem violentados por coiotes --os intermediários que acertam o trajeto entre a terra de origem até o Brasil.

Tudo isso para conseguir o principal objetivo em novas terras: trabalho. A incerteza do rumo para onde seguem é nítida a cada conversa. A única coisa que sabem é que não conseguiam mais sobreviver em seus lares no Haiti.

O ano de 2014 foi fortemente marcado pela alta vinda de haitianos para o Brasil. Segundo Padre Paolo Parisi, responsável pelo trabalho da Casa do Migrante, projeto sem fins lucrativos que acolhe imigrantes e refugiados em São Paulo, o número de haitianos nos últimos quatro anos aumentou 17.310%.

"Em 2010, ano que ocorreu o terremoto no país, o Brasil teve 20 haitianos acolhidos. Em 2011, foram quase 80. No ano seguinte, o número saltou para 700. Já em 2013 subiu para 2.400. Até outubro deste ano, já acolhemos 3.462", diz Parisi.

Mas quem são esses imigrantes? Quais são seus sonhos e necessidades? O que os trazem até aqui? Vejam, a seguir, alguns relatos desses novos "brasileiros":