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Preso é encontrado morto após rebelião em presídio em Teresina

Parede quebrada por presos durante rebelião na penitenciária Irmão Guido, em Teresina - Sinpoljuspi/Divulgação
Parede quebrada por presos durante rebelião na penitenciária Irmão Guido, em Teresina Imagem: Sinpoljuspi/Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

05/01/2015 21h50

Um preso da penitenciária Irmão Guido, em Teresina (PI), foi encontrado morto durante rebelião ocorrida na tarde desta segunda-feira (5). O corpo de Cleiton Ferreira da Silva, 31, morreu entre os pavilhões C e D.

Os presos quebraram paredes dos corredores dos dois pavilhões, que custodiam 250 internos, para tentar fugir, mas a ação foi controlada por agentes penitenciários. A segurança foi reforçada com a chegada do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) e a rebelião terminou.

De acordo com o Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), os rebelados usaram tampas de esgoto, que são de concreto, para quebrar as paredes dos corredores, que são de tijolos.

A causa da morte do preso ainda é incerta. Presos entraram em contato com veículos de imprensa para informar que um interno havia morrido por falta de atendimento médico. De acordo com presos, Silva estava doente de úlcera há meses e passou mal agora a tarde e morreu.

Porém, o Sinpoljuspi afirmou que os presos não informaram que Silva necessitava de socorro médico e só avisaram aos agentes quando ele já estava morto.

“O preso que morreu procurou a administração hoje pela manhã para confirmar que a consulta médica estava marcada para amanhã, às 7h. Ele não se queixou de nada e voltou para o pavilhão. A tarde os colegas dele chamaram os agentes, jogaram o corpo do rapaz no corredor e iniciaram o quebra-quebra”, disse o diretor administrativo do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.

O presídio não possui sistema de monitoramento de câmeras nos pavilhões.

O Sinpoljuspi confirmou que o preso estava doente e afirmou que havia uma consulta médica marcada para o interno às 7h desta terça-feira (6).

A penitenciária Irmão Guido está superlotada, custodiando 425 internos enquanto deveria ter 324 presos.

A causa da morte deverá ser averiguada durante a necropsia. Até as 20h o corpo ainda permanecia no presídio aguardando a chegada de peritos.

O UOL entrou em contato com a Sejus (Secretaria de Estado da Justiça), mas não conseguiu localizar o novo superintendente dos presídios do Piauí.