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Polícia apura vídeo de iniciação em facção criminosa em presídio do MA

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

14/01/2015 18h31

O serviço de inteligência da polícia investiga um vídeo que mostra presos do complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), em um ritual de iniciação para novos integrantes da facção criminosa PCM (Primeiro Comando do Maranhão).

Na tarde desta quarta-feira (14), a Sejap (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) recebeu relatório sobre as primeiras investigações das imagens, que passaram a circular nesta semana nas redes sociais. O documento será entregue à Polícia Civil para que seja instaurado um inquérito policial.

O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Murilo Andrade, confirmou que as imagens foram captadas dentro de uma das nove unidades que fazem parte de Pedrinhas.

Segundo a Sejap, os presos que aparecem nas imagens serão identificados para descobrir de qual unidade e quando o vídeo foi feito. “Provavelmente ocorreu no ano passado. Só saberemos depois da perícia da polícia”, disse Andrade.

A Secretaria informou que continua com revistas ostensivas para “coibir permanentemente” a entrada de telefones celulares dentro dos presídios. Os presos que são flagrados com aparelhos respondem a ações judiciais.

Imagens

No vídeo, integrantes do PCM aparecem enfileirados com as mãos nos ombros dos novatos enquanto uma liderança do grupo faz uma espécie de apresentação.

O líder pergunta aos iniciantes se eles fazem parte de alguma facção, se vão seguir o estatuto do PCM e o porquê de eles estarem ingressando na facção. Ao final das perguntas, o líder faz um juramento de fidelidade ao “crime” e um “pacto de sangue”.

"Meu irmão a partir do momento em que você fechar com nós (sic) você está fazendo uma aliança com o crime e um pacto de sangue com a organização. Você quer? Então Moisés a partir de agora você é considerado um irmão”, diz a liderança, que não aparece nas imagens.

O grupo age dentro dos presídios do Maranhão e é ramificação do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que atua dentro de presídios do Sudeste do País.

O complexo

Em 2013, houve 60 assassinatos no dentro do complexo. No ano passado, a Sejap registrou as mortes de 27 presos no sistema prisional do Maranhão, sendo 19 ocorridas dentro de unidades do complexo de Pedrinhas.

A segurança do complexo de Pedrinhas é feita pela PM (Polícia Militar) e 50 homens da Força Nacional, que realizam rondas em São Luís e quando há necessidade são acionados para entrar dentro do presídio.