Atingido por bala de borracha da PM, motorista morre seis dias depois em SC
A família do motorista de ônibus Carlos Alexandre Santos, 32, morto dia 17 por infecção generalizada causada por um tiro de bala de borracha recebido dia 11, apresentou nesta segunda-feira (26) queixa à Corregedoria da PM (Polícia Militar) de Santa Catarina contra os policiais que atiraram nele. O autor dos tiros não foi identificado.
O legista Gabriel Azzini, do Instituto Geral de Perícias, atestou que a causa da morte do motorista foi “choque séptico causado por ferimento não letal”, atribuído à bala de borracha.
O comando do 24º Batalhão da PM, ao qual pertencem as duas equipe (com quatro PMs) que atenderam à ocorrência que envolveu o motorista, informou que será aberto um inquérito para apurar a autoria e as circunstâncias dos disparos.
O incidente aconteceu na noite do dia 11, na casa da mãe de Santos, em Biguaçu, na grande Florianópolis. Em um churrasco familiar, o irmão dele bebeu demais e o motorista foi chamado para contê-lo.
A PM também foi chamada. Dois carros atenderam a ocorrência. Os PMs confundiram os irmãos.
Segundo a mãe de Santos, Laureci Rosa, soldados que ela não soube identificar ordenaram que Santos e não o irmão saísse da casa com mãos para o alto.
Santos teria obedecido, se ajoelhado e estendido os braços para ser algemado, quando então teria recebido dois disparos elétricos de taser, que o derrubaram.
Ela disse que quando o filho tentou se levantar foi alvejado por dois tiros de bala de borracha no peito, a curta distância, desmaiando em seguida.
Santos foi socorrido e levado ao Pronto Atendimento de Biguçu. Segundo relatório da autopsia, um exame de raio-x que poderia ter detectado feridas internas não foi realizado, evoluindo para a infeção que o matou.
Santos permaneceu internado por sete dia no hospital Florianópolis, até morrer. Oito pessoas da família testemunharam a ação policial e prestaram queixa na delegacia de Biguaçu, acompanhados do advogado de Laureci. Santos deixou mulher e uma filha de oito anos.
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