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FAB descarta colisão com drone em acidente de Campos, mas não define causa

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

26/01/2015 15h59Atualizada em 26/01/2015 18h37

A FAB (Força Aérea Brasíleira) divulgou nesta segunda-feira (26) as primeiras informações oficiais da investigação realizada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) sobre o acidente que matou o ex-governador e candidato à presidência Eduardo Campos, em agosto de 2014. As informações preliminares não apontaram as causas do acidente, mas indicaram os fatores que já foram descartados pelos investigadores como possíveis causas da tragédia.

Entre os fatores descartados estão o choque do avião com animais; colisão com Vants (Veículos Aéreos Não-tripulados), os chamados "drones"; aeronave em dorso antes do impacto (voando de "cabeça pra baixo"); fogo em voo e colisão com obstáculo.

A hipótese de fogo na aeronave momentos antes da queda foi levantada por testemunhas do acidente, mas, segundo o Cenipa, não houve evidência de fogo durante a viagem.

No dia 13 de agosto, Eduardo Campos e mais quatro passageiros, além de dois tripulantes, morreram quando um jato Cessna 560XL caiu em Santos, no litoral de São Paulo. O avião havia decolado no Rio de Janeiro com destino a uma base aérea na cidade do Guarujá.

No último dia 16, reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" informou que o acidente foi causado por uma sucessão de falhas humanas do piloto Marcos Martins.

"A finalidade desse trabalho é identificar os fatores que podem ter contribuído para o acidente. Não é a finalidade, não é o objetivo do nosso trabalho identificar culpados pelo que aconteceu", disse o brigadeiro-do-ar Dilton José Schuck.

Sem áudio da cabine

De acordo com o investigador-encarregado do Cenipa, tenente-coronel aviador Raul de Souza, a última gravação do gravador de voz do avião, que deveria gravar as conversas da tripulação, era de 23 de janeiro de 2013. "A última informação foi do dia 23 de janeiro de 2013 numa ação de manutenção", disse o militar.

As gravações do equipamento chamado cockpit voice recorder são consideradas fundamentais para esclarecer as condições que levam à queda de aeronaves, mas não foram feitas no acidente que matou Eduardo Campos.

Em nota, a família de Eduardo Campos afirmou "que apenas se pronunciará a respeito do assunto após a conclusão de todas as investigações atualmente em curso". Também em nota, a direção do PSB afirmou que "não fará qualquer pronunciamento sobre notícias que tenham sido ou venham a ser veiculadas trazendo supostas conclusões ou mesmo análises parciais dos fatos, aguardando a divulgação dos laudos oficiais pelas instituições encarregadas das apurações".