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Justiça determina que 80% dos ônibus voltem às ruas de Curitiba

Terminais de ônibus vazios em Curitiba desde segunda-feira (26) - Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo
Terminais de ônibus vazios em Curitiba desde segunda-feira (26) Imagem: Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo

Jorge Olavo

Do UOL, em Curitiba

27/01/2015 17h48

Na audiência de conciliação ocorrida na tarde desta terça-feira (27) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Curitiba ficou determinado o retorno imediato de 80% da frota de ônibus às ruas até que as empresas paguem os salários atrasados de motoristas e cobradores, o que deve ocorrer até a próxima quinta-feira (29). Ao todo, cerca de 2,2 milhões de pessoas dependem do transporte público na capital e municípios da Região Metropolitana.

A greve geral no transporte coletivo da Grande Curitiba começou na segunda-feira (26). Os grevistas descumprem ordem judicial que determina a circulação de no mínimo 70% frota em horários de pico e 50% nos demais horários. A multa fixada para o descumprimento da ordem é de R$ 300 mil, a ser paga pelo Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) e pelo Setransp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros).

O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, disse que o sindicato tentou mobilizar motoristas e cobradores para que cumprissem a ordem judicial a partir da 0h desta terça-feira (27). No entanto, pela primeira vez, os trabalhadores teriam ignorado o pedido dos dirigentes.

“Solicitamos e fizemos o possível para que a decisão judicial fosse cumprida. Pela primeira vez, fomos às empresas e não fomos ouvidos pelos trabalhadores. Os companheiros viraram as costas e disseram que não trabalhariam sem receber”, afirmou Teixeira durante a audiência. “De qualquer forma, o sindicato está do lado dos trabalhadores para defendê-los em quaisquer instâncias.” O presidente do Sindimoc assumiu o compromisso de colocar 80% da frota nas ruas logo após o fim da audiência, por volta das 17h15.

Os trabalhadores reclamam do atraso no pagamento do adiantamento salarial e de problemas na assistência médica, no FGTS e no direito a férias. Com a reivindicação salarial solucionada, as demais pendências deverão ser discutidas em nova audiência a ser agendada para os próximos dias. A reunião no TRT foi presidida pelo desembargador Luiz Eduardo Gunther.

Pagamento

Durante a reunião, foi anunciado que o governo estadual repassará R$ 5 milhões –de um total devido de cerca de R$ 15 milhões desde outubro de 2014– às empresas do transporte coletivo, montante suficiente para quitar o pagamento salarial dos trabalhadores, atrasado desde o dia 20.

A transferência do dinheiro deve ser feita na quarta-feira (28), e o pagamento aos trabalhadores, no dia seguinte (29). Também foi informado que Urbs (Urbanização de Curitiba) e Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba) darão continuidade às negociações para retomar o convênio que garante o subsídio ao sistema.