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Greve continua em Curitiba; prefeitura confirma aumento da tarifa

Terminal de ônibus vazio em Curitiba; parte da frota voltou para as ruas - Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo
Terminal de ônibus vazio em Curitiba; parte da frota voltou para as ruas Imagem: Vagner Rosario/Futura Press/Estadão Conteúdo

Jorge Olavo

Do UOL, em Curitiba

28/01/2015 19h36

Em meio a uma greve de motoristas e cobradores do sistema de transporte urbano de Curitiba (PR), iniciada na segunda-feira (26), o prefeito Gustavo Fruet (PDT) afirmou na tarde desta quarta-feira (28) que anunciará reajuste da tarifa de ônibus na próxima sexta-feira (30).

No mesmo dia, a prefeitura deve informar o valor diferenciado para quem usa o cartão transporte, uma novidade do sistema que comecará a valer em fevereiro. Especula-se que o novo valor deve atingir a casa dos R$ 3. Hoje, a passagem custa R$ 2,85.

Depois de quase dois dias de paralisação geral dos ônibus, os veículos voltaram a circular no final da tarde de terça-feira (27). Após acordo no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), o Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) se comprometeu em colocar 80% da frota nas ruas.

O serviço só deverá ser total depois que os trabalhadores recebam seus salários atrasados, o que deve ocorrer nesta quinta-feira (29).

Conforme o último balanço divulgado às 17h pelo CCO (Centro de Controle Operacional) da Urbs (Urbanização de Curitiba, órgão vinculado à prefeitura e responsável por gerir o sistema de transporte), 76% dos ônibus previstos para aquele período do dia estavam circulando. Ao longo do dia, o volume de veículos nas ruas oscilou entre 80% e 92%.

Durante a coletiva de imprensa, Fruet também disse que a prefeitura aguarda uma definição do governo estadual sobre a manutenção do convênio que subsidia o sistema integrado de transporte.

Por meio do acordo, prefeitura e Estado se comprometem a pagar a diferença existente entre as tarifas técnica (valor real da passagem) e social (preço cobrado dos passageiros).

O último convênio deixou de valer em 1º de janeiro deste ano e, desde então, as duas partes não chegaram a um acordo.

Para a prefeitura, o convênio é necessário para que a administração da Rede Integrada de Transporte, que agrega o transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, seja mantida como é hoje. Atualmente, a Urbs é quem faz o repasse de dinheiro para empresas de ônibus urbanas e metropolitanas.

Sem o convênio, a Urbs ficaria responsável apenas pelas empresas urbanas, enquanto a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, ligada ao governo estadual) passaria a gerir os pagamentos para as empresas metropolitanas.

“Se o governo do Estado não concorda com o valor do subsídio necessário para bancar o custo metropolitano, então é mais correto que ele mesmo faça esse pagamento às empresas metropolitanas”, diz Fruet.

A nova tarifa técnica, que hoje encontra-se em R$ 3,18 (o valor cobrado do usuário é de R$ 2,85), deve ser definida em fevereiro. Conforme Fruet, se todos os pedidos feitos por trabalhadores e empresas forem concedidos, a nova tarifa técnica ficaria entre R$ 3,60 e R$ 3,80.

“Isso tem de ficar claro para a sociedade: o aumento da tarifa técnica ou vai ser custeado pelo usuário, ou sairá do orçamento do município”, afirma Fruet. Hoje, a prefeitura subsidia cerca de R$ 80 milhões para o sistema.