Vídeo mostra prefeitura tapando buracos inexistentes em rua de Campo Grande

Imagens gravadas pela câmera de segurança de um condomínio de Campo Grande (MS) mostram funcionários de uma empresa contratada pela prefeitura tapando buracos inexistentes em uma rua na região norte da cidade. No vídeo, que tem um minuto e meio, um funcionário aparece fazendo marcações no asfalto – visivelmente sem danos ou buracos – e, em seguida, um segundo funcionário, do alto de um caminhão, joga massa asfáltica no local.

O flagrante foi feito na quinta-feira passada (22), logo depois das 13h. O porteiro do condomínio onde a câmera está instalada decidiu gravar as imagens do circuito de segurança com o seu celular e divulgá-las em redes sociais no início desta semana. Diante do flagrante de irregularidade, o porteiro ironiza durante a gravação: “aqui em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o pessoal prevê o buraco que ainda vai aparecer”.

O vídeo original já foi compartilhado dezenas de vezes e tem causado indignação nos moradores da cidade, visto que, além do flagrante desperdício de dinheiro, vários bairros de Campo Grande sofrem com os buracos no asfalto.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande admitiu que os funcionários e o caminhão que aparecem nas imagens são realmente de uma das empresas contratadas para fazer o serviço de tapa-buraco – a Selco Engenharia Ltda. – e que a rua em questão, de fato, não precisava de reparos no asfalto. A empresa foi apenas notificada pela prefeitura para prestar esclarecimentos sobre a irregularidade.

Em nota, a Selco Engenharia trata o caso como "fato isolado" e informa que já identificou e demitiu o funcionário responsável pela “atitude deplorável”, garantindo que não o orientou a agir daquela forma. Disse também que vai ressarcir o material usado indevidamente, para que não haja prejuízo para a prefeitura. Além de sindicância interna, será registrado um boletim de ocorrência.

A Selco Engenharia mantém contratos de prestação de serviço em obras de recuperação de asfalto com a prefeitura de Campo Grande. Apenas um deles, renovado no ano passado, prevê o pagamento de R$ 5,9 milhões pelos serviços prestados entre 30 de outubro de 2014 e 30 de outubro de 2015.