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Andreas von Richthofen questiona promotor e chama Suzane de assassina

Dentro do presídio, Suzane concede entrevista ao apresentador Gugu - Divulgação/Rede Record
Dentro do presídio, Suzane concede entrevista ao apresentador Gugu Imagem: Divulgação/Rede Record

Do UOL, em São Paulo

06/03/2015 14h20

Depois de mais de doze anos, o químico Andreas von Richthofen, filho de Manfred e Marísia von Richthofen --assassinados em 2002 com a ajuda da própria filha, Suzane--, manifestou-se publicamente em uma rápida declaração à “Rádio Estadão”.

Ele entregou uma carta ao repórter Sérgio Quintella em que questiona o promotor de Justiça Nadir de Campos Júnior, do Ministério Público de São Paulo, pelas afirmações de que Manfred usou contas na Suíça para depositar dinheiro público desviado.

“A carta não é contra ninguém. É simplesmente endereçada ao promotor Nadir de Campos Júnior, que vem se referindo constantemente à minha família, e não tenho certeza se tudo o que ele diz é verdade. Por isso, eu questiono ele”, afirmou Andreas, 27, à emissora na única declaração que aceitou gravar.

Na carta entregue ao repórter e publicada no portal do “Estadão”, o rapaz elogiou o trabalho do promotor na investigação do assassinato do casal von Richthofen, mas cobrou esclarecimentos a respeito das acusações de corrupção.

“(...) O sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal”, escreveu Andreas.

“(...) se isso não passar de boatos maliciosos e não se existirem provas, que o sr. se retrate e se cale a respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem estão aqui para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen”, finalizou o químico.

O suposto dinheiro depositado na Suíça seria produto de recursos desviados da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), empresa vinculada ao governo estadual da qual Manfred era funcionário. Os desvios teriam sido feitos durante a execução do trecho oeste do Rodoanel de São Paulo. Suzane seria a beneficiária das contas no exterior.

O promotor Nadir de Campos Júnior comentou o caso em entrevista ao programa “Superpop”, da “Rede TV!”, na última segunda-feira (2).

Suzane cumpre pena de 39 anos pela morte dos pais. O crime foi executado pelos irmãos Christian e Daniel Cravinhos -- este era namorado de Suzane. Em recente entrevista à “TV Record”, Suzane admitiu ter planejado a morte dos pais.

Na carta ao promotor, Andreas disse que o crime foi “nojento” e se referiu à irmã Suzane como “assassina”. “Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento", afirmou o rapaz no texto.