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No AC, burocracia atrasa entrega de 1.200 casas a famílias vítimas de cheia

Casas que devem entregues para moradores de áreas alagadas em Rio Branco - Divulgação
Casas que devem entregues para moradores de áreas alagadas em Rio Branco Imagem: Divulgação

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

06/03/2015 06h00Atualizada em 06/03/2015 13h53

Em meio a maior cheia da história do rio Acre, a capital Rio Branco possui 1.200 casas prontas para serem entregues a moradores de áreas que foram alagadas, mas que esperam trâmites burocráticos.

Segundo o governo do Estado, as casas estão em quatro conjuntos habitacionais. As autoridades locais cobram agora celeridade dos bancos para que pessoas que tiveram residências alagadas deixem os superlotados abrigos montados na capital acriana.

Nesta sexta-feira(6), há cerca de 10,5 mil pessoas – ou 2.964 famílias – acomodadas em 26 abrigos públicos da cidade. A Defesa Civil informou que cerca de 90 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes, que atingiram mais de 900 ruas em 53 bairros da região (capital e arredores). Segundo a Defesa Civil, 24.713 prédios foram afetados.

Na segunda-feira (2), o governador Tião Viana (PT) chamou os representantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e cobrou celeridade na entregar das casas e informou que "metade das pessoas que estão em abrigos hoje já poderiam estar na sua casa própria". "Não podemos nos render à burocracia”, disse.

Segundo o diretor-executivo de Habitação do Acre, Daniel Gomes, as famílias que vão morar nessas casas prontas já estão cadastradas e foram escolhidas previamente por morarem em zonas de alagamento.

“Temos a relação pronta, estamos só aguardando a autorização para entregar. A intenção é retirar essas famílias com a maior brevidade possível”, afirmou.

Sobre a demora na entrega, o diretor atribuiu a vários fatores. “Depende desde o processo de construção, porque algumas casas são adaptadas, e elas seguem todo um trâmite do sistema financeiro”, disse.

O governo informou que até o momento 1.765 casas no conjunto Cidade do Povo --o maior em construção no Estado-- já foram entregues a moradores de áreas de risco. A ideia, somente no local, é entregar 3.300 casas para vítimas de outras enchentes.

O objetivo do governo é que as casas sejam entregues antes do período.

“O governador pediu que que as casas, à medida em forem finalizadas, serem entregues. Existem procedimentos como entrega de documentação e vistoria que podem ser feitas com as famílias já morando. Queremos tirar essas pessoas dos abrigos. As construtoras têm sido parceiras, têm colocado mais pessoas para dar celeridade”, afirmou.

Bancos negam atraso

Em resposta ao UOL, Caixa Econômica e Banco do Brasil negaram atrasos na entrega das casas por conta da burocracia.

A Caixa informou que mobilizou equipe da região para prestar o auxílio e está atuando em conjunto com representantes dos Poderes Públicos.

Segundo a Caixa, não há obras em atraso nos empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida na região. De acordo com o banco, estão sendo adotadas medidas com o objetivo de antecipar o rito de entrega de unidades habitacionais, em caráter emergencial por motivo das fortes chuvas ocorridas na região.

A Caixa informou que até o fim do mês irá entregar 763 casas.

O Banco do Brasil também negou atraso e disse estar empenhado em acelerar a entrega das residências.

Em relação à burocracia, a instituição informou que “a norma estabelece regras a serem cumpridas, principalmente em relação ao enquadramento e seleção das famílias a serem atendidas. O Banco já está adotando todas as medidas possíveis para atender à demanda".