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Família usa barco para salvar vítimas ilhadas e objetos no Acre

"A gente transportou mais de 40 pessoas, além de muitas coisas delas que seriam perdidas, porque a água subiu muito rápido", disse Célio Oliveira - Odair Leal/UOL
"A gente transportou mais de 40 pessoas, além de muitas coisas delas que seriam perdidas, porque a água subiu muito rápido", disse Célio Oliveira Imagem: Odair Leal/UOL

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasileia (AC)

09/03/2015 12h00

Para salvar moradores que estavam ilhadas com a elevação do nível do rio Acre, uma família usou o barco pesqueiro que possui para retirar objetos e levar pessoas ilhadas à terra firme.

“A gente transportou mais de 40 pessoas, além de muitas coisas delas que seriam perdidas, porque a água subiu muito rápido”, disse Célio Oliveira, 31, proprietário do barco e que teve sua casa inundada pela enchente, mas não se recusou a prestar assistência às pessoas.

Oliveira contou ao UOL que o barco era usado para pescar no rio aos fins de semana. Mas acabou sendo o único meio de transporte após o nível da água começar a subir. Para ajudar no transporte, ele contou a ajuda da mãe, da esposa e de um amigo.

Uma das pessoas ajudadas pela família foi Maria Lúcia da Silva, 55. “A água foi subindo até que chegou a cobrir a telha da minha casa. Sorte que podemos usar o barco para retirar as coisas, senão teria perdido tudo”, conta a mulher, que tem câncer no fígado e também utilizou o barco para conseguir acesso a um carro para fazer tratamento de quimioterapia em Rio Branco na semana passada.

Na noite do sábado, dia 22, Maria Rita Oliveira, 51, diz que a água começou a atingir níveis até então inéditos, o que causou desespero nas pessoas.

“Dormi com o rio perto e acordei 3h da manhã do domingo e vi que a água estava subindo rápido. Foi aí que comecei a levar os móveis e tudo o que pude para o primeiro andar da minha casa e a colocar as coisas das outras pessoas", disse.

Além de ajudar vizinhos, Maria Rita afirma que o seu primeiro andar de casa serviu para abrigar outras sete famílias nos dias em que a cidade estava debaixo d'água. Quatro delas ainda estavam em sua casa nesse domingo (8).

“Nós ajudamos a todos que conseguimos porque vimos que a situação era crítica e todos precisavam. Foi uma experiência terrível, que nunca se viu na história do Acre”, explicou.