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Garis do Rio de Janeiro mantêm greve

Garis protestam no Rio de Janeiro; categoria rejeitou proposta da Comlurb - Erbs Jr./Frame/Estadão Conteúdo
Garis protestam no Rio de Janeiro; categoria rejeitou proposta da Comlurb Imagem: Erbs Jr./Frame/Estadão Conteúdo

Caetano Manenti

Do UOL, no Rio

13/03/2015 20h03

Mesmo sob pressão da Justiça do Trabalho, os garis do Rio de Janeiro mantiveram a greve iniciada nesta sexta-feira (13). A decisão foi tomada em assembleia que reuniu trabalhadores da categoria em frente à sede do Tribunal Regional do Trabalho, no centro do Rio, onde, minutos antes, uma reunião de conciliação tentou pôr fim à paralisação. Os diretores da Comlurb elevaram a proposta de 3% de reajuste nos salários para 7%, respeitando índices de inflação do período.

Essa mudança do valor do reajuste foi a única proposta apresentada pela Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) após o início da greve. Todas as outras reivindicações foram negadas pela empresa, como aumento do tíquete-refeição, o auxílio-funeral e o retorno do triênio, que é uma gratificação automática a cada três anos de empresa. O sindicato, na reunião, não manifestou o percentual do reajuste desejado, mas, semanas atrás, enviou proposta de 40% de aumento.

À mesa da reunião, sentaram-se representantes do sindicato da categoria, trabalhadores da comissão de negociação, o presidente da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), Vinicius Roriz, advogados da empresa, e ainda a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Deborah Felix. O encontro foi uma iniciativa da vice-presidenta do TRT da 1ª região, a desembargadora Ana Maria Soares de Moraes, que apelou repetidas vezes pelo fim da paralisação, já na madrugada deste sábado (14).

Ela lembrou da importância da coleta do lixo também por conta da manifestação marcada para o domingo (15). Além disso,  a desembargadora alertou os advogados do sindicato da decisão liminar do próprio tribunal, publicada nesta manhã de sexta (13), de multar a entidade em R$ 100 mil por dia de paralisação.

Os garis devem se reunir novamente às 11h deste sábado, em frente a prefeitura, para protestar e ainda fazer novas deliberações sobre a greve. Uma reunião com a direção da Comlurb chegou a ser acertada para a segunda-feira (16), mas ela estava condicionada ao fim da paralisação.  

Durante esta sexta, um grupo de, pelo menos, 300 garis caminhou desde a porta do sindicato, na Tijuca, até o prédio da Prefeitura. De lá, partiram para a sede do Tribunal do Trabalho, prejudicando bastante o trânsito no centro do Rio.

O lixo ficou acumulado em vários bairros da cidade. O sindicato diz que 100% dos trabalhadores estão parados. A Comlurb informou que colocou um efetivo de contingência na rua, utilizando-se de empresas privadas. A chuva, que cai na cidade desde o meio da tarde, é uma preocupação extra para a comunidade.