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Por falta de pessoal, Metrô-DF faz catraca livre no almoço e fins de semana

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

17/03/2015 11h48Atualizada em 17/03/2015 12h05

Quem utiliza os serviços do Metrô do Distrito Federal tem se deparado, esporadicamente, com uma cena curiosa: por falta de funcionários para cobrir intervalos nas bilheterias, a entrada de passageiros tem sido liberada gratuitamente em algumas estações.

De acordo com a direção do Metrô, não é possível precisar o horário em que as catracas não funcionam. Porém, funcionários apontam que a gratuidade por falta de funcionários acontece, principalmente, nos horários de almoço e nos fins de semana. As estações em que mais acontece a catraca livre são a Asa Sul (Brasília) e Ceilândia Norte (na cidade-satélite de Ceilândia).

Em alguns casos, a paralisação de cobranças chega a acontecer por três horas seguidas. No dia em que a reportagem do UOL apurou as condições de funcionamento do Metrô, a Estação Feira (na cidade-satélite do Guará) ficou fechada das 8h30 às 11h30, e a estação Furnas (localizada na cidade-satélite de Samambaia), das 10h até às 13h.

Passageiros encaram com surpresa a gratuidade. Uma mulher, que preferiu não se identificar, disse que não entendeu quando falaram que a passagem era livre. “Cheguei em Furnas e não entendi direito. Mas já que é de graça, passei”, disse.

Para evitar que passageiros tenham dúvida sobre a catraca, algumas estações têm colocados avisos quando a passagem é liberada. Na estação de Ceilândia Norte a mensagem é “Passe direto. No momento não há funcionários para vender bilhetes”.

Metrô precisa de 200 funcionários

De acordo com a empresa responsável pelo Metrô, há um déficit de 200 funcionários e, até o momento, não foi possível chamar os aprovados no concurso público de 2013 por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, cujos limites foram ultrapassados na gestão anterior do governo estadual. Com isso, o Estado está proibido de fazer ajustes e contratação de pessoal, exceto na área da saúde, educação e segurança.

Além disso,  o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou decreto para que todos os órgãos, autarquias e empresas públicas do DF reduzissem despesas, inclusive o pagamento de horas-extras. O pacote de austeridade foi publicado no dia 2 de janeiro e aponta como meta a redução de 20 a 25% dos gastos das empresas públicas do DF.

O Metrô também afirmou que deve chamar cerca de 80 funcionários em breve para tentar diminuir as perdas com a gratuidade de passageiros, só não precisou quando as contratações acontecerão. A empresa também informou que ainda está calculando o prejuízo das perdas com vendas de passagem.