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Após reunião com juiz, MP e OAB, presos anunciam fim de motins no RN

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

18/03/2015 20h59

Depois de oito dias, presos do Rio Grande do Norte anunciaram, no fim da tarde desta quarta-feira (18), o fim das rebeliões nas unidades prisionais do Estado e os ataques a ônibus. Os motins teriam começado após uma ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção crimonosa criada em São Paulo, mas que age em outros Estados.

O fim das rebeliões foi acordado durante reunião com o juiz da 12ª Vara Criminal de Natal, Henrique Baltazar Vilar dos Santos, integrantes do Ministério Público Estadual e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

A comissão ouviu cinco presos da penitenciária estadual de Alcaçuz, localizada em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal.

Segundo o juiz, os presos reivindicaram celeridade e acompanhamento nos processos, melhor tratamento nas revistas feitas aos familiares e melhorias na alimentação nos presídios.

“Os presos se comprometeram de limpar as celas e entregar as barras de ferros que foram retiradas das grades e armas artesanais", disse Baltazar.

Depredações

Catorze unidades prisionais do RN que registraram rebeliões desde o último dia 11. Cerca de 2.000 vagas foram inutilizadas no sistema prisional do RN, segundo o Baltazar.

Na terça-feira (17), 215 militares da Força Nacional de Segurança Pública chegaram a Natal para reforçar a segurança nos presídios.

A secretária Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Miki, está em Natal, e informou que não há prazo para saída dos homens da Força Nacional.

A secretária de Estado da Justiça e da Cidadania, Kalina Leite, afirmou que já existem recursos emergenciais do Estado para construção ou reconstrução das unidades que foram depredadas.

"Essa situação eclodiu diante da fragilidade do sistema [prisional] que não é de hoje. A polícia tem prendido cada vez mais e acredito que a superlotação nos presídios seja a causa desse problema. Já temos autorização da Secretaria de Infraestrutura para construção de outras unidades prisionais", ressaltou Leite