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Acusado de matar escrivã no MA é condenado a 72 anos de prisão por estupros

A escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão Silva Thé, 32, morta a facadas - Reprodução/Facebook
A escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão Silva Thé, 32, morta a facadas Imagem: Reprodução/Facebook

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

04/05/2015 11h28

O gari Francisco Alves da Costa, 44, foi condenado a 72 anos, 2 meses e 20 dias de prisão em regime fechado por estuprar as duas filhas, de 17 e 20 anos, no Maranhão. O julgamento de Costa ocorreu na última quinta-feira (30) na cidade de Caxias (a 361 km de São Luís).

O caso ganhou repercussão nacional, após Costa ser acusado de assassinar a facadas a escrivã da Polícia Civil Loane Maranhão da Silva Thé, 32.

No dia 15 de maio do ano passado, Costa compareceu à Delegacia da Mulher de Caxias para responder sobre as denúncias de estupro feitas pelas duas filhas quando, armado com uma faca escondida na roupa, atacou a escrivã no início do depoimento.

Enfurecido, o homem ainda esfaqueou a investigadora Marlene Almeida Moraes, que sobreviveu. Loane foi atingida no pescoço e no peito e morreu antes de dar entrada Hospital Regional de Caxias.

Após matar a escrivã e golpear a investigadora, Costa conseguiu fugir, mas foi preso próximo à rodoviária de Caxias, no bairro Vila Lobão.

O processo sobre as acusações de estupro correram em segredo de Justiça para preservar as identidades das vítimas.

A sentença condenado o réu foi dada pela juíza Marcela Santana Lobo, da 5ª Vara da Comarca de Caxias. Segundo a denúncia, as filhas de Costa começaram a ser abusadas sexualmente em outubro de 2005 e o crime teria se estendido até maio de 2014, quando as jovens denunciaram o caso à polícia.

A Defensoria Pública, que fez a defesa de Costa, informou que vai recorrer da decisão para tentar diminuir a pena aplicada ao réu.

Durante o depoimento prestado à polícia sobre o assassinato de Loane, Costa disse a polícia que ao matar a escrivã "achou que não seria mais acusado de estupro". Ele alegou ainda que foi à delegacia sem a intenção de matar e era costume sempre andar com uma faca escondida na roupa.

Família aliviada

A família da escrivã morta acompanhou todo o processo. Segundo a mãe de Loane, Eliane Maranhão Thé, a família se sentiu “aliviada” ao saber da condenação dele, mas ainda aguarda julgamento sobre o crime de assassinato.

“Estamos confiantes que ele vai obter a pena máxima no caso da morte da minha filha. Também tem o agravante contra ele que além de ter assassinado Loane, ainda tentou matar outra agente na delegacia”, disse Thé.

O réu já foi pronunciado e a data do julgamento deverá ser divulgada nos próximos dias.

A família de Loane informou que em junho estará ingressando com ação contra do Estado do Maranhão pedindo indenização sobre a morte dela. A escrivã, segundo a mãe, havia passado em um concurso para delegada e no dia que foi assassinada havia recebido a carta da convocação.

A família da escrivã disse que o valor da indenização servirá para criar uma fundação de amparo às mulheres vítimas de violência.