Topo

Fim do mistério: corações em árvore no Rio eram para trabalho universitário

Garis da Comlurb recolheram os corações que apareceram no Rio de forma misteriosa - Reprodução/Facebook
Garis da Comlurb recolheram os corações que apareceram no Rio de forma misteriosa Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, no Rio

12/05/2015 15h42Atualizada em 12/05/2015 18h14

Após muita especulação, o mistério acabou. Os 30 corações bovinos pendurados em uma árvore no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, encontrados por moradores do bairro na manhã deste domingo (10), eram parte de um trabalho universitário.

No fim da tarde do sábado (9), três estudantes do curso de artes visuais da Universidade Unigranrio, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, colocaram em prática a intervenção artística para uma disciplina. O local escolhido foi um trecho da passarela situada na altura da rua Paissandu.

A universitária Daniele Meireles, conhecida como Danimei, afirmou ao UOL que o trio de artistas não "esperava chocar tanto", mas que ficou satisfeito com a repercussão alcançada. "Algumas pessoas só conseguiram ver o lado macabro, o lado que choca as pessoas. As críticas são sempre importantes. Mas ficamos felizes porque também teve gente que conseguiu compreender a nossa intervenção como uma forma de reflexão", disse a estudante.

Daniele, que é vegetariana, disse ainda que a intervenção buscava tornar "visíveis os problemas invisíveis". "Não adianta ficar chocado, é preciso nascer de novo. Nós escrevemos isso lá no Aterro. Estamos vivendo em função dos grandes eventos, mas a nossa cidadania está prejudicada", afirmou ela.

Assim que viu e se espantou com os corações, na manhã do domingo, o administrador Luiz de Aquino tirou fotos e publicou em redes sociais. Horas depois, garis da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) retiraram o material. "Protesto? Arte? Oferenda religiosa? O que são esses corações que amanheceram pendurados ao lado das quadras de tênis e da passarela da altura da Paissandu?", questionou Aquino em um grupo no Facebook.

"Eu achei bem impactante. Estavam frescos, mas às 10h30 já atraíam moscas", relatou o carioca. Em contato com a reportagem do UOL nesta segunda (11), Aquino arriscou um palpite sobre o motivo da cena que encontrou. E acertou: "Para mim, é uma intervenção de arte, mas fiquei um tempo ali me divertindo com a reação das pessoas e procurando se tinha alguém filmando, porque eu imagino que o registro seja interessante para o artista".