Entrevista sobre Parada Gay vira ato com críticas à Prefeitura de SP
A entrevista coletiva de apresentação do 19º mês de orgulho LGBT de São Paulo, cuja atração principal é a Parada Gay, se transformou em um ato com críticas à prefeitura nesta segunda-feira (18). O diretor da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Nelson Matias, e ativistas aproveitaram a ocasião para pressionar o coordenador de políticas LGBT da administração municipal, Alessandro Melchior, e reclamar do corte de verbas repassadas para os eventos marcados para junho.
Com o corte municipal em 2015, o governo estadual deverá, pela primeira vez, contribuir financeiramente com os eventos LGBT realizados no município e tornar viável a realização da feira.
A Associação da Parada concorda com o cancelamento do camarote, mas contesta o fim do apoio municipal à feira. Nelson Matias diz que a entidade não foi consultada sobre a decisão e reclama que a prefeitura preferiu apoiar a criação de um evento similar, o Festival da Juventude LGBT, organizado por outros grupos e agendado para o dia 14.
Matias também reclama do fato de a prefeitura ter assumido a organização do show de encerramento da parada. Ativistas temem que a prefeitura esteja se movendo para afastar a associação da organização dos eventos nos próximos anos, inclusive da parada. “A prefeitura está se empoderando de algo que não é dela. Nós queremos parceria”, afirmou o diretor da associação.
A prefeitura alega que o Festival da Juventude LGBT tem proporções muito menores que a feira e exige um investimento menor. Também alega que assumirá o show de encerramento da parada a fim de cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta firmado na Justiça.
Em 2014, o show estava previsto para terminar às 21h30, mas só acabou por volta de 22h15. A responsabilidade pelo atraso foi atribuída à Associação da Parada.
Alessandro Melchior, representante da prefeitura, admitiu o desgaste com a associação, mas frisou que o apoio à parada está mantido e enumerou ações da gestão Fernando Haddad (PT) como o programa Transcidadania, voltado para travestis e transexuais; a inauguração em março, do centro de referência LGBT; e a entrega, em junho, de uma unidade móvel para fazer a segurança e dar apoio à população LGBT no largo do Arouche e na rua Augusta, na região central.
“Nenhuma prefeitura do Brasil tem feito política LGBT como a Prefeitura de São Paulo faz. Há um desgaste objetivo. Redução de orçamento no geral impacta em redução de política pública. As pessoas que se sentem impactadas por isso se sentem fragilizadas. Isso [corte de orçamento] tem acontecido no governo do Estado, tem acontecido em várias prefeituras. Infelizmente, é esse o caso. Há uma redução do orçamento, há uma redução do apoio. Mas a gente [a Prefeitura] continua sendo o maior apoiador da parada [LGBT]”.
Segundo Melchior, a estrutura da parada está garantida. A avenida Paulista será interditada às 10h e deverá ser liberada às18h do dia 7.
As divergências entre a Associação da Parada e a administração municipal atrasaram o agendamento das atrações. Estima-se que 20 trios elétricos sairão da Paulista e descerão a rua Consolação rumo ao Anhangabaú, onde deverá acontecer o show de encerramento.
A Parada LGBT de São Paulo tem outros patrocinadores, como a Petrobras. Os organizadores não revelaram o custo total dos eventos e não fizeram previsão de público para a parada deste ano.
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