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Após 6 meses, CET repinta ciclovia de SP, que ainda tem buracos e desníveis

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/05/2015 06h00

No último sábado (23), a ciclovia da rua Madre Cabrini, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, amanheceu com trechos repintados, mesmo tendo pouco mais de seis meses de existência. A via para ciclistas foi inaugurada em meados de novembro de 2014 e causou polêmica por estar em uma rua com intenso tráfego de pedestres e automóveis, como o UOL relatou na ocasião.

Apesar de nova, a ciclovia perdeu o traçado em amarelo que indicava os sentidos em que o ciclista pode circular. No lugar, ficaram sinais feitos com tinta branca, mostrando onde deve ficar a nova marcação em amarelo.

Alguns dos problemas da ciclovia da Madre Cabrini, porém, continuam a existir mesmo com a nova pintura: buracos e desníveis. Na intervenção, eles não foram consertados, mantendo riscos para o trânsito de ciclistas no local. A diferença agora é que os defeitos na pista estão com a coloração vermelha ressaltada.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) --responsável pelas ciclovias--, a nova pintura foi feita porque se "identificou a necessidade de repintura dos elementos de sinalização, visando sua maior durabilidade e segurança aos ciclistas que utilizam-se deste percurso".

A respeito dos buracos e desníveis na ciclovia, a companhia disse, por meio de nota, que "os problemas apontados no pavimento foram informados à subprefeitura da Vila Mariana, que fará os reparos dentro do seu cronograma de trabalhos".

A CET não soube dizer quanto custou a repintura, mas informou que a intervenção está no "prazo de garantia previsto em contrato", sem gerar "ônus custoso à companhia".

Cada quilômetro de ciclovia custa à cidade de São Paulo cerca de R$ 200 mil. A CET, porém, diz não ter "informações sobre o valor gasto com a implantação" da via para ciclistas na Madre Cabrini. Ela também não confirmou quando a nova intervenção será finalizada. Até esta quarta-feira (27), o trabalho estava incompleto.

Mais uma 'demão'

Esta já é a terceira vez que a ciclovia da Madre Cabrini é pintada. Na primeira, ocorrida no final de outubro de 2014, a rua amanheceu com parte da pista pintada de vermelho, como contaram os moradores da região ao UOL na ocasião.

Um detalhe dessa pintura foi responsável pela segunda intervenção --antes mesmo da inauguração-- na ciclovia: ela passava na frente do local em que alunos do colégio Madre Cabrini embarcavam e desembarcavam de vans e carros.

Após ser alertada pela diretoria da escola, a CET criou um projeto-piloto para a área de embarque e desembarque de alunos. Ele consiste em uma área azul, que se transforma em uma segunda calçada, permitindo que pais ou profissionais de transporte escolar parem em fila dupla para pegar as crianças e adolescentes. Consequentemente, para realizar o projeto, houve nova pintura --a segunda-- na ciclovia da rua.

Prefeitura atrasada

Em junho do ano passado, a Prefeitura de São Paulo lançou o programa “SP 400km”, que propôs a criação de 400 novos quilômetros de ciclovia na cidade até o final do ano. Em março, o UOL mostrou que a administração municipal estava atrasada em seu cronograma original para cumprir a meta.

De acordo com dados da CET, atualmente, a cidade possui 228,4 quilômetros de novas ciclovias. Contudo, seguindo o cronograma de junho de 2014, a capital paulista já deveria ter 295 quilômetros.

Com esses números, a companhia deveria criar cerca de 24,5 quilômetros de ciclovias por mês, a partir de junho, para cumprir a meta proposta. A marca dificilmente será alcançada, considerando o histórico do programa, que criou, em média, 19 quilômetros de vias para ciclistas por mês até agora.