Vítima de maus-tratos, cadela de 3 meses tem pele arrancada em Campo Grande
Uma cadela de aproximadamente três meses de idade foi resgatada depois de ter parte da pele arrancada, em Campo Grande (MS). Moradores disseram que o filhote sofreu maus-tratos de pelo menos quatro adolescentes de um bairro da região sudoeste da cidade.
A serralheira Simona Zaim, protetora independente de animais, conta que recebeu a ligação de moradores na tarde do último sábado (30). A cadela, de raça mestiça e pequeno porte, estava caída no gramado às margens de uma rua.
“Ela [a cadela] gritava muito de dor. Estava quase morrendo.” Em dez anos de ativismo em defesa dos animais, Simona afirma que este foi o caso mais chocante que presenciou.
Internada numa clínica veterinária desde o fim de semana, Vitória, como a cachorrinha tem sido chamada, foi sedada e seu estado de saúde é estável.
A maior preocupação, segundo a veterinária Jucimara Costa Pereira, é com o risco de infecção, já que até uma parte do intestino do animal ficou exposta.
Há também a suspeita de que as patas de trás estejam quebradas, mas a cadela ainda não tem condições de ser submetida a uma radiografia.
Para Jucimara, não há dúvidas de que o ferimento na pele foi provocado por um objeto cortante. “É um corte muito liso, não daria para ter sido provocado por um atropelamento, por exemplo.”
Células-tronco
Parte da pele arrancada foi costurada, mas, de acordo com a veterinária, o restante só poderá ser reconstituído com tratamento com células-tronco.
Uma empresária de Campo Grande já se dispôs a custear o tratamento. As células-tronco estão vindo de Brasília, mas o procedimento só poderá ser realizado quando a saúde do animal estiver melhor.
Uma cirurgiã plástica especializada em queimaduras também doou curativos usados para recuperar ferimentos desse tipo.
Neste domingo (31), uma equipe da Polícia Civil esteve no local onde a cadela foi resgatada. Ainda não foi identificado nenhum suspeito dos maus-tratos.
O caso, inicialmente registrado na delegacia que apura crimes ambientais, deve ser encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude, por supostamente envolver menores de idade.
Uma versão, ainda não confirmada, é que a cadela havia sido atropelada e a dona, por não ter condições de pagar o tratamento, a teria abandonado.
Simona conta que este não foi o primeiro caso de maus-tratos na mesma região. Segundo ela, os crimes estariam sendo cometidos por usuários de drogas que perambulam pelo local.
Recentemente, dois cães foram mortos a pedradas e um terceiro precisou ter uma das patas dianteiras amputada.
Um abaixo-assinado virtual já recolheu quase 4.000 assinaturas para pressionar a Polícia Civil e o Ministério Público a investigarem o caso.
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