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Quase metade dos domicílios no país tem pelo menos um cachorro, diz IBGE

Bianca Rosário, 23, afirmou que não vive sem a sua cadelinha, Lola. "Foi amor à primeira vista", disse a jovem - Arquivo pessoal
Bianca Rosário, 23, afirmou que não vive sem a sua cadelinha, Lola. "Foi amor à primeira vista", disse a jovem Imagem: Arquivo pessoal

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

02/06/2015 10h00

O segundo volume da PNS 2013 (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta terça-feira (2), mostra que quase metade dos domicílios brasileiros têm pelo menos um cachorro de estimação. Segundo a amostra, 44,3% das casas tinham um ou mais cães, o que corresponde a 28,9 milhões de um total de 65 milhões de residências.

O estudo --feito com dados de 2013-- indica que existiam, naquele ano, 52,2 milhões de cachorros no país. A média desse animal por domicílio é de 1,8. Um deles é a cadelinha Lola, adotada há cerca de um ano e meio pela paulistana Bianca Rosário, 23, que atualmente trabalha como secretária. Ela contou que a sua relação com o animal foi de "amor à primeira vista".

"Em um sábado de manhã, eu fui a uma feira de adoção e encontrei a Lola. Quando eu a peguei no colo, foi amor à primeira vista. Tinha que ser ela", disse. "O começo foi um pouco difícil, pois ela fazia a sujeira que todo animal faz. Mas depois a gente foi se acostumando. Ela mudou a minha vida. Hoje eu sou uma pessoa muito mais alegre."

O instituto também investigou a presença de gatos nas residências brasileiras: 17,7% (11,5 milhões) das casas possuíam pelo menos um felino no período referencial. A população de gatos no país é de 22,1 milhões, o que representa uma média de 1,9 animal por domicílio.

Entre os domicílios com cachorros e/ou gatos, 75,4% dos entrevistados (24,9 milhões de residências) afirmaram que os animais haviam sido vacinados contra a raiva nos 12 meses que antecederam a amostra. Já 24,6% dos animais não tinham sido vacinados. De acordo com os pesquisadores, um dos objetivos do levantamento é justamente orientar a compra de vacinas antirrábicas por parte do Ministério da Saúde.

Essa é a primeira vez que o IBGE estuda a população de cães e gatos. Para a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), que realiza pesquisas nesta área, existiam no país 37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos, de acordo com o estudo mais recente. Ainda segundo a associação, são 26,5 milhões de peixes, 19,1 milhões de aves e 2,17 milhões de outros animais (répteis e pequenos mamíferos).

O IBGE explicou que as estatísticas da Pesquisa Nacional de Saúde não são comparáveis com outras publicações do instituto, pois a pesquisa tem um "desenho próprio" (fatores que não haviam sido abordados antes). Dessa forma, não seria possível estabelecer séries históricas cruzando as informações com o suplemento de saúde da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios). Os entrevistadores do IBGE estiveram em pouco mais de 80 mil domicílios.

O primeiro volume da PNS, divulgado em dezembro do ano passado, continha capítulos como a percepção do estado de saúde, as doenças crônicas não transmissíveis e o estilo de vida. Na ocasião, o UOL mostrou que quase metade dos brasileiros é sedentária, 15% fumam e 28% veem muita TV. A hipertensão e os problemas na coluna eram as principais doenças dos brasileiros.

Cães e gatos por região

Na separação por regiões, o Sul é a que possui a maior proporção de cães: 58,6% dos domicílios que têm um ou mais cachorros estão na região. Entre os gatos, o destaque vai para o Nordeste (23,6%).

O IBGE também constatou que a proporção de cães é maior na área urbana (41%). Já em relação aos felinos, a situação se inverte: a área rural é predominante (39,4%).

O Sudeste concentra a maior proporção de domicílios nos quais cachorros e gatos foram vacinados contra a raiva: 84,3%. Por outro lado, na região Sul, a vacinação se deu em 63,5% das casas com presença de animal de estimação (cão ou gato).

Intervalo de confiança

Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela PNS estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado "erro amostral". Não há uma margem de erro específica para toda a amostra.

Para cada caso, é calculado o intervalo de confiança. "Isso quer dizer que, em 95% das vezes que eu pegar uma amostra e calcular o indicador, ele estará dentro daquele intervalo. (...) Quanto menor o intervalo de confiança, melhor é", explicou Maria Lúcia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Diferentemente das pesquisas eleitorais, que têm apenas um indicador em destaque (a intenção de votos de determinado candidato), a PNS tem vários indicadores e o valor de cada um deles oscila dentro do seu intervalo específico.