PF confisca imóveis e R$ 70 mil em operação contra fraude na Casa da Moeda
A Polícia Federal confiscou oito imóveis em Brasília e apreendeu R$ 70 mil em diversas moedas na casa de um servidor no Rio de Janeiro na Operação Vícios, deflagrada nesta quarta-feira (1º) para investigar suspeita de fraude na renovação do contrato de gerenciamento do Sicobe (Sistema de Controle de Bebidas). Os imóveis estariam avaliados em ao menos R$ 10 milhões, segundo a PF.
Também foram apreendidos computadores e mídias eletrônicas que serão analisados. De acordo com a PF, em um primeiro momento, os crimes apurados são de associação criminosa, fraude em licitação e corrupção.
Por enquanto, nenhuma prisão foi pedida. "Há indícios fortes, mas não foi solicitada nenhuma prisão", afirmou o delegado federal Tássio Muzzi, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos.
Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Brasília, 17 no Rio e um em São Paulo.
Os oito imóveis confiscados são de um casal suspeito de integrar o esquema, em que servidores da Receita Federal e da Casa da Moeda teriam formado um conluio para favorecer a empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Ltda nas especificidades exigidas no contrato de renovação do gerenciamento do Sicobe, no ano passado.
O delegado Tássio Muzzi disse nesta manhã à imprensa que há indícios de que o esquema também envolvia lavagem internacional de dinheiro, em países como Estados Unidos e Suíça, e na segunda fase das investigações serão apuradas essas suspeitas. A Justiça já autorizou a cooperação internacional para a investigação, de acordo com o delegado.
A operação partiu de uma denúncia da Casa da Moeda, cuja fábrica fica no Rio, e a suspeita é que R$ 100 milhões teriam sido pagos em propina para servidores da própria Casa da Moeda e da Receita Federal.
O delegado afirma que as suspeitas são sobre a contratação e não na execução do serviço, pela qual foram pagos R$ 6 bilhões em seis anos.
Em nota enviada à imprensa mais cedo, o Ministério da Fazenda, ao qual tanto a Casa da Moeda quanto a Receita Federal estão subordinadas, informou que o Sicobe "prevê a instalação, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras), de equipamentos contadores de produção, bem como de sistema para o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos à Receita Federal, para fins de tributação".
Em outra nota, a direção da Casa da Moeda informou que os empregados envolvidos na fraude serão exonerados e demitidos, se comprovada na Justiça a participação no esquema. O presidente Francisco Franco identificou a suspeita de irregularidade em 2013 e acionou a Polícia Federal. "Desde que a Polícia Federal foi acionada, há dois anos, a direção da Casa da Moeda tem colaborado com as investigações", informa a instituição, em nota. (Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)
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