Florianópolis: 9 servidores municipais são presos por fraude de R$ 12 mi

Nove funcionários da prefeitura de Florianópolis foram presos na manhã desta segunda-feira (27) por peculato eletrônico. Os servidores falsificaram dados do sistema municipal tributário. As alterações causaram, no mínimo, um prejuízo de R$ 12 milhões à cidade.

As adulterações foram descobertas pela equipe do delegado Walter Watanabe, da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio Público, da Delegacia Especial de Investigações Criminais. As investigações tiveram início há quase dois anos, quando outros funcionários denunciaram os colegas. Mas os crimes ocorrem há pelo menos 10 anos.

A Operação Trojan, que recebeu esse nome em uma referência aos programas maliciosos que entram disfarçados de legítimos nos computadores, também prendeu outras três pessoas envolvidas no esquema e cumpriu mandados de busca --um deles na casa de Dilmo Berger, irmão do senador Dário Berger (PMDB).

Segundo o delegado, os criminosos atuavam de duas maneiras. Cancelavam débitos de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), reduziam o valor venal de imóveis, alteravam as alíquotas de cobrança do ITBI (Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis) e da concessão de CND (Certidão Negativa de Débitos) e em troca recebiam propina. E também, transferiam imóveis públicos (prédios, praças, terrenos) para empresas e pessoas físicas.

A operação investiga paralelamente as empresas beneficiadas com as falsificações. Segundo Watanabe, outros mandados de prisões serão cumpridos em breve. Para não atrapalhar as investigações, os nomes dos servidores ainda não foram divulgados à imprensa.