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Cantor de funk é indiciado por assassinato em Belo Horizonte

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

03/08/2015 12h51

Um funkeiro foi indiciado por homicídio pela Polícia Civil de Minas Gerais pela morte de um suposto criminoso rival, em Belo Horizonte. Aleksander Fonseca Guimarães, 21, ainda será investigado pela suspeita de ter cometido outros dois assassinatos.

Segundo o responsável pelo inquérito sobre o caso, MC Lekim, como é conhecido na comunidade onde mora, teria matado outras quatro pessoas antes de ter completado 18 anos. Ele está no presídio Antônio Dutra, situado na cidade de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O delegado Anderson França Menezes informou ao UOL que o suspeito mantinha a carreira de cantor para, na verdade, disfarçar a sua atuação como membro de uma gangue que atua na comunidade chamada Morro do Papagaio, situada na região centro-sul de Belo Horizonte. Segundo a polícia, ele era um dos mais influentes nomes do tráfico de drogas na região.

Ele foi preso acusado da morte de um bandido de outro grupo que disputa o controle do tráfico de drogas na comunidade. Conforme a polícia, a vítima teria matado um integrante da gangue de MC Lekim, que foi incumbido de matá-lo. No momento da sua prisão, o acusado estava portando documentos de identidade falsos. MC Lekim foi apresentado à imprensa pela polícia no final da semana passada.

À polícia, o suspeito negou as acusações, conforme o delegado responsável pelo caso.

Sem apologia ao crime

O delegado Anderson Menezes revelou que MC Lekim fazia shows somente dentro da comunidade e suas músicas não continham letras com apologia ao crime ou ao tráfico de drogas.

No entanto, o policial disse que o cantor usava usa ascendência sobre os jovens para cooptar membros para a gangue da qual fazia parte.

“O funk dele não era sobre apologia a crimes. Mas ele se escondia atrás do funk para cometer os crimes e praticar o tráfico [de drogas]”, ressaltou o delegado.

Em relação aos crimes que ele teria cometido quando ainda era menor de idade, Menezes disse que o caso foi repassado a uma delegacia especializada em crimes cometidos por menores infratores. Caso seja comprovada a sua participação, os casos vão constar como agravantes no seu indiciamento já como adulto. O policial não informou se ele apresentou advogado de defesa.