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PM usa bombas em protesto contra aumento de ônibus em BH; 50 são detidos

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

12/08/2015 22h11

Cerca de 50 pessoas foram detidas pela PM (Polícia Militar) num hotel no centro de Belo Horizonte, cerca de cem metros da Prefeitura Municipal, após confrontos quando um grupo de cerca de mil manifestantes tentou se aproximar da Prefeitura, na noite desta quarta-feira (12), para protestar contra o aumento das passagens de ônibus na capital mineira, que passou de R$ 3,10 para R$ 3,40, no sábado (8).

Os detidos estão sendo mantidos dentro do hotel e ouvidos separadamente no local pela PM. Advogados ligados ao Movimento Tarifa Zero e Passe Livre BH estão no local para defender os ativistas que, segundo eles, teriam se abrigado no hotel para fugir da violência da polícia.

O ato começou pacífico, por volta das 18h, na praça Sete, a principal de Belo Horizonte, mas após os manifestantes seguirem em passeata até a Prefeitura Municipal, na avenida Afonso Pena, o batalhão de choque fez um cerco e impediu a passagem dos manifestantes.

Uma grande confusão foi formada e militares fizeram disparos de bala de borracha e uso de bombas contra manifestantes. O repórter-fotográfico do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, Denilton Dias, foi atingido de raspão em uma das pernas. Integrantes dos movimentos Tarifa Zero e Passe Livre BH informaram que dezenas de pessoas foram feridas por bombas e balas de borracha.

Os manifestantes protestam contra o aumento do valor das passagens de ônibus em Belo Horizonte que, para 80% das linhas, passou de R$ 3,10 para R$ 3,40, no sábado (8).

Uma liminar que suspendia o reajuste das tarifas em Belo Horizonte foi cassada pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) na sexta-feira (7) e o aumento imediatamente determinado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), com início a zero hora do sábado (8).

Ação civil contra reajuste

Nesta terça-feira (11), a Defensoria Pública de Minas Gerais protocolou uma ação civil, com pedido de liminar, suspendendo o aumento das passagens de ônibus em Belo Horizonte. Na ação, a defensoria questiona as divergências nos estudos que apontam redução no número de passageiros e elevação do custo de manutenção do serviço, alegações feitas pela prefeitura para o aumento.

A ação corre na 4ª Vara de Fazenda Pública Municipal. A ação ainda pede que seja feita uma auditoria contábil, econômica, fiscal e financeira nas empresas que exploram o serviço de transporte público na capital mineira. Entretanto, não há prazo para o julgamento do pedido de liminar suspendendo o aumento.