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Motorista alcoolizada que atropelou modelo é indiciada em MG

Modelo Paola Antonini Franca Costa, 20, que teve a perna amputada após ser atropelada - Reprodução/Facebook
Modelo Paola Antonini Franca Costa, 20, que teve a perna amputada após ser atropelada Imagem: Reprodução/Facebook

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

31/08/2015 13h24

Oito meses após o acidente em que a modelo Paola Antonini Franca Costa, 20, teve a perna esquerda esmagada por um carro conduzido pela promoter Diandra Lamounier Morais de Melo, 24, a Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta segunda-feira (31) a motorista por lesão corporal culposa, quando não há a intenção no feito, e embriaguez ao volante.

Agora, segundo o delegado responsável pelo caso, Rodrigues Fagundes, o inquérito policial será remetido para a Justiça.

Na madrugada de 27 de dezembro de 2014, a modelo colocava uma mala no bagageiro de seu carro, na calçada do prédio onde morava, pois sairia de viagem com o namorado, quando foi atingida pelo veículo dirigido por Melo, que perdeu a direção.

Costa passou por cirurgias, após o acidente, quando teve uma das pernas amputada, em virtude da batida. Atualmente, ela utiliza uma prótese e mantém a carreira de modelo, além de cursar faculdade em Belo Horizonte.

A promoter alegou que seu celular havia caído e, quando tentou pegá-lo, perdeu o controle do veículo.

A motorista passou pelo teste do bafômetro, que constatou 0,53 miligramas por litro de ar expelido dos pulmões, valor considerado crime de trânsito. A promoter admitiu ter bebido duas cervejas, antes.

Melo à época foi também multada por não portar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), pagando R$ 1.500 de multa e sendo liberada.

Sem intenção

O delegado entendeu no inquérito que a motorista não assumiu o risco de matar. Por isso qualificou a lesão como culposa.

Segundo Fagundes, o fato de a motorista ter pegado o celular enquanto dirigia foi o causador da perda de controle, que terminou com a batida.

“Não tem dolo eventual porque nós entendemos pelos levantamentos obtidos que a motorista, apesar de embriagada,  cometeu uma distração ao pegar o celular. Nessa distração, ela efetuou a colisão”, afirmou o delegado.

Somando as penas para os dois crimes, explicou o delegado, a promoter pode pegar de um a cinco anos de prisão. Por ser ré primária e ter bons antecedentes, porém, poderá ter sua pena reduzida e substituída por penas alternativas.

Elemento trágico

“Não desconheço os trágicos resultados desse acidente. Jamais vou deixar de reconhecer o elemento trágico desse caso. O indiciamento, porém, fica mais bem classificado como culposo [sem intenção]”, afirmou Leonardo Marinho, advogado da motorista.

O advogado disse ainda que não poderia fazer mais comentário sobre a questão, já que não havia ainda tido acesso ao inquérito da PC encaminhado à Justiça.

O UOL não localizou o advogado da modelo para comentar as conclusões do inquérito policial.