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Acusado por morte do menino Bernardo, pai é condenado por erro médico no RS

Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, chega para prestar depoimento no fórum de Três Passos, no noroeste do RS, em maio - Ricardo Duarte/Agência RBS
Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, chega para prestar depoimento no fórum de Três Passos, no noroeste do RS, em maio Imagem: Ricardo Duarte/Agência RBS

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

04/09/2015 10h51Atualizada em 04/09/2015 10h51

O médico gaúcho Leandro Boldrini, acusado de participação na morte do filho Bernardo, em abril de 2014, no Rio Grande do Sul, foi condenado por erro médico pela Justiça. Ele e uma colega anestesista foram responsabilizados pela perfuração do esôfago de uma paciente durante cirurgia de retirada de vesícula, no Hospital de Caridade de Três Passos (a 470 km de Porto Alegre).

Os médicos e a clínica de anestesia devem pagar R$ 10 mil por danos materiais, pensão mensal vitalícia de um salário mínimo, R$ 30 mil por danos estéticos e R$ 70 mil por danos morais à paciente, que não teve a identidade revelada pelo Tribunal de Justiça do Estado.

A mulher afirma que o erro médico ocorreu durante sua intubação no preparo para a cirurgia, que foi realizada no hospital de Três Passos. Dois dias depois de receber alta, ela retornou com fortes dores. Examinada, foi internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), antes de ser conduzida ao Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, onde ficou por dois meses depois de ter passado por uma nova cirurgia de urgência.

"Mesmo tendo ocorrido intercorrências na cirurgia e reclamando a paciente e seu familiar sintomas que demandavam a necessidade de maiores cuidados, o requerido simplesmente deu alta hospitalar para a paciente. Tal conduta, manifestamente negligente e imperita, implicou na evolução do quadro para uma infecção generalizada que quase levou a paciente a óbito", destacou em seu despacho o desembargador Paulo Roberto Lessa Franz.

Cabe recurso da decisão. A reportagem tentou contato com os advogados de Boldrini, mas ainda não obteve resposta.