Topo

Ex-primeira-dama se envolve em briga com parentes do governador da PB

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, de Maceió

10/09/2015 22h17

A Polícia Civil da Paraíba investiga uma briga entre a ex-primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, a irmã do governador Ricardo Coutinho (PSB), Viviane Coutinho, e a sobrinha dele, Ana Carolina Coelho Coutinho, ocorrida na última segunda-feira (7), na Granja Santana, residência oficial do governador em João Pessoa. As agressões ocorreram na frente do filho do ex-casal, um menino de 4 anos.

Pâmela registrou Boletim de Ocorrência no Disp (Distrito Integrado de Segurança Pública), no bairro de Manaíra, acusando Viviane e Ana Carolina de agredí-la. A família do governador afirma que Pâmela foi quem iniciou a confusão ao agredir Viviane.

Segundo o boletim de ocorrência, o carro em que Pâmela estava com a criança teria entrado na residência do governador e quando parou, Viviane e Ana Carolina a atacaram. Ela não tem autorização de entrar na Granja desde o mês de março.

Nesta quarta-feira (9), Pâmela postou no Instagram sua versão sobre a confusão e disse temer pela própria vida. Segundo ela, o segurança do menino, que é policial, a levou contra a sua vontade para dentro da Granja, quando eles estavam indo passear em um shopping da capital.

“Fui conduzida contra a minha vontade e tive meu celular roubado violentamente. Além das lesões corporais, o pavor em saber que posso ser raptada assim, ser privada da minha liberdade de ir e vir e ainda por servidores do Estado, para ser açoitada, espancada e humilhada na frente do meu filho, numa vulgar, psicótica e surreal demonstração de desmando, abuso e impunidade”, disse a ex-primeira dama.

No texto, Pâmela destaca ainda que o filho não foi poupado de presenciar as agressões e que a criança viu a “mãe ser levada por policiais para uma armadilha” feita dentro da casa que reside com o pai. “Estou muito perplexa. Quando cheguei pela segunda vez ao IML, desabafei ao fotógrafo: “tomara que não tenha uma próxima vez comigo, na qual o senhor tenha que fotografar um cadáver”. Não haverá surpresa alguma se isso acontecer. Depois do que sofri ontem, acabaram as minhas dúvidas de que tudo pode acontecer”, afirmou Pâmela.

Ex-primeira dama teria começado confusão

O advogado da família Coutinho, Fábio Rocha, afirmou que Pâmela armou toda a confusão para tentar encobrir o descumprimento de ordem judicial sobre a data da entrega do filho, que deveria ter sido entregue no domingo (6). Coutinho é detentor da guarda unilateral da criança, depois que a Justiça determinou que o menino ficasse aos cuidados do pai por conta de suposta confusão entre Pâmela e uma babá, ocorrida em junho.

“O que ocorreu foi uma cena, uma armação, criada pela própria Pâmela. Isso não aconteceu a primeira vez, é uma cena que se repete. No domingo à noite, ela descumpriu uma ordem judicial, deixando de entregar a criança aos cuidados do genitor. No dia 7, ela diz que não vai devolver a criança e estabelece a condição de entregar a criança mediante a ida dela à granja. No momento em que a porta do carro é aberta, a tia tentou pegar a criança e, imediatamente iniciou um processo de agressões físicas e verbais da própria Pâmela”, rebateu Rocha, em entrevista à TV Cabo Branco.

O advogado disse que a família Coutinho também registrou BO.

A Secretaria de Segurança Pública da Paraíba informou, por meio da assessoria de imprensa, que o delegado Antônio Brayner, que está à frente das investigações, deve se pronunciar sobre o caso quando concluir o inquérito policial.

Contagem dos dias sem o filho

No dia 3 de junho, uma babá da criança, de 47 anos, registrou BO na Delegacia de Crimes contra a Pessoa, em João Pessoa, afirmando que foi agredida, na noite do dia 2, com chutes e pontapés por Pâmela. Segundo a polícia, a babá contou que Pâmela teria pedido para ela ir embora porque a mulher estava com virose e iria passar a doença para a criança. Entretanto, a babá se recusou a ir embora porque já estava tarde da noite.

Pâmela também registrou queixa na 12ª Delegacia Distrital de João Pessoa acusando a babá de agressão. A mulher foi demitida.

Depois da confusão, a guarda da criança foi dada ao governador. Desde que perdeu a guarda da criança, Pâmela está fazendo a contagem das noites e dos dias que não está convivendo com o filho.

Segundo a postagem desta quinta-feira (10), esta é a 34ª noite que o menino não dorme com ela. “Hoje o nosso reencontro desde o fatídico feriado foi assim. Após a saída da escola, apenas o tempo de passar em uma farmácia pelo caminho, de abastecer combustível, de dar um beijo na vovó... E então, novamente partiu”, escreveu Pâmela, na noite desta quinta-feira (10).

O UOL tentou contato com Pâmela, mas até a publicação deste texto ela não havia retornado às mensagens.