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Roubo a telefone celular aumenta 49,3% em agosto no Rio, diz ISP

Do UOL, no Rio

17/09/2015 13h18Atualizada em 17/09/2015 18h51

O ISP (Instituto de Segurança Pública) divulgou relatório nesta quinta-feira (17) no qual aponta que o número de roubos de telefones celulares no Estado do Rio de Janeiro em agosto deste ano (1.117 registros) subiu 49,3% com relação ao mesmo período em 2014 (748 ocorrências).

Em compensação, o compilado de roubos de rua –que abrange roubo a pedestre, roubo de celular e roubo em transporte público—teve uma redução de 16,9% no período. A secretária do Conselho Comunitário de Segurança Pública do Centro e Lapa da 5ª Área Integrada de Segurança Pública, Maria João Gaio, disse que, mesmo com a redução dos roubos de rua, a sensação de insegurança permanece. Segundo ela, as reclamações são reincidentes, principalmente quando se trata desse tipo de delito cometido na rua. "A gente percebe que o policiamento não melhorou. O contingente da Polícia Militar não é suficiente no morro nem no asfalto. Eles estão pegando todos os contingentes novos de policiais e mandando todos para as UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora]. Não temos política de segurança pública, temos apenas projetos que vão custar caro ao governo."

Assassinatos também caíram 11% entre o mês de referência em 2014 e 2015, além do índice de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes por policiais), que foi reduzido em 8,4%.

Apesar disso, houve quatro casos a mais de pessoas mortas por agentes de segurança neste ano. No acumulado de junho a agosto deste ano, 154 pessoas morreram em decorrência de intervenção policial, um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo o sociólogo  José Augusto Rodrigues, da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), especialista em segurança pública, essas mortes são, geralmente, decorrentes de ações improvisadas e não bem planejadas da polícia.

"Eu acho que isso ocorre em decorrência do fato da polícia estar sendo obrigada a improvisar no enfrentamento a esses grupos armados. Quando a polícia chega com um mandato, fazendo uma campanha depois de um cerco bem organizado e planejado, às vezes não se chega a disparar um único tiro. Mas, quando se improvisa uma intervenção, o risco de uma bala perdida encontrar um civil inocente aumenta."

Para ele, é preciso ampliar o contingente de policiais, além de ter uma política sistemática de acompanhamento e investigação de organização dos grupos criminosos. Ele disse que é importante inibir o armamento do crime. De junho a agosto de 2015, 2.248 armas foram apreendidas, um aumento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2014. "Quanto mais os grupos conseguirem ter acesso a armamentos pesados, mais aumenta o risco de vítimas de bala perdida em incursões improvisadas da polícia em comunidades".

Na terça-feira da semana passada (8), o menino Christian Andrade, de 13 anos, foi morto durante uma operação policial em Manguinhos, na zona norte do Rio. A morte causou a revolta de moradores, que fizeram um protesto para cobrar a investigação da morte pelas autoridades policiais.

Os roubos de carga também tiveram aumento entre um ano e outro: foram 8,3% ocorrências registradas a mais. De acordo com o instituto, a apreensão de drogas bateu recorde no mês de agosto, apresentando o maior número de apreensões de toda a série histórica para o mês, iniciada em 1991. Foram 2.461 apreensões no Estado em agosto, um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior. (Com Agência Brasil)