Orações e curso de 'bom comportamento' são a nova rotina do goleiro Bruno
Orações e aulas de como se comportar e trabalhar em seu "novo lar". Essa é a rotina do goleiro Bruno Fernandes (ex-Flamengo), condenado a 22 anos de prisão pela morte da ex-amante Eliza Samudio. Agora detido na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), passa os dias rezando e aprendendo a metodologia “apaquiana”
Transferido no dia 9 deste mês, o jogador ficará confinado por 30 dias no regime fechado e, nesse período, somente está autorizado a participar das duas atividades, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). A regra vale para todos os “novatos” que são transferidos para as 35 Apacs em funcionamento no Estado.
Anteriormente, o jogador cumpria a pena na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, situada em Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. A transferência se deu por determinação da juíza da Comarca de Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura.
Após esse período de adaptação, o jogador poderá exercer as atividades internas que são ofertadas aos “recuperandos”, nome dado aos que cumprem pena nas Apacs. A unidade onde o goleiro está tem o nome de Centro de Reintegração Social Dr. Franz de Castro Holzwarth. Inaugurado em 2006, o local possui capacidade para receber 140 detentos. Bruno divide a cela com outros detentos.
Conforme o TJ-MG, a cada três dias trabalhados, o preso tem um dia descontado de sua condenação. No caso do goleiro, entretanto, ele não poderá realizar trabalhos externos porque ainda cumpre pena no regime fechado.
A transferência dele ocorreu obedecendo a uma ordem cronológica do pedido de mudança do local de cumprimento da pena e ainda foram feitas consultas às unidades prisionais por onde Bruno passou sobre o seu comportamento.
Recentemente, o goleiro mudou de advogados. O UOL não conseguiu contato com os defensores do goleiro cujos nomes atualmente constam no processo.
Método
Desenvolvido no Estado em parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e a Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (Fbac), a Apac é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria. Segundo o TJ, as associações são dedicadas “à recuperação e à reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade”.
O método, criado pelo advogado paulista Mário Ottoboni, 84, baseia-se em 12 pilares, tendo entre eles o trabalho, a família e a religião.
Nelas, os internos são corresponsáveis pela administração, limpeza e segurança da unidade e pela preparação da comida, entre outras atividades.
Segundo o governo de Minas Gerais, a reincidência [voltar a cometer crimes] dos recuperandos das Apacs gira em torno de 20%, enquanto os oriundos do sistema prisional comum alcança os 80%.
Em média, a manutenção de um preso nas Apacs custa R$ 900 por mês, enquanto um detento do sistema tradicional custa R$ 4 mil mensais, conforme dados do governo estadual. As regras têm de ser seguidas por todos. Caso o recuperando cometa uma falta considerada grave [ex: facilitar a entrada de aparelhos celulares e drogas, agressão física e fuga], ele retorna para o sistema prisional tradicional.
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