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Acre solicita 80 homens da Força Nacional após ataques em Rio Branco

Policiais militares, civis e federais fazem revista dentro de pavilhões do Complexo Prisional de Rio Branco - Secretaria de Segurança Pública do Acre
Policiais militares, civis e federais fazem revista dentro de pavilhões do Complexo Prisional de Rio Branco Imagem: Secretaria de Segurança Pública do Acre

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

06/10/2015 21h36

Após quatro carros e dois ônibus serem incendiados, a Secretaria de Segurança Pública do Acre solicitou ao Ministério da Justiça, nesta terça-feira (6), o envio de pelo menos 80 homens da Força Nacional de Segurança Pública para tentar coibir ataques de criminosos em Rio Branco. Segundo a polícia, nenhum suspeito dos ataques foi preso.

Na madrugada e início da manhã de terça-feira, criminosos atearam fogo em seis veículos supostamente em retaliação às mortes de dois assaltantes ocorridas na segunda-feira (5).

Dois homens identificados como Fábio André de Araújo Pereira, 31, e Denis Fortunado de Sousa, 25 - e outros dois companheiros ainda não identificados - entraram na Clínica Santa Lúcia, localizada na avenida Getúlio Vargas, para assaltar o local, de acordo com a Secretaria de Segurança.

O grupo foi surpreendido por um policial militar, que reagiu - estava fora de serviço e aguardava consulta médica. Pereira e Sousa foram baleados e morreram a caminho do hospital. Os outros dois fugiram.

A principal linha de investigação sobre os ataques é de que foram ordenados por presos do Complexo Penitenciário de Rio Branco - Fábio André de Araújo Pereira, um dos mortos na tentativa de assalto,cumpria pena no regime semiaberto. Ele tinha dez passagens pela polícia por roubo qualificado. Já Denis Fortunato de Sousa tinha cinco passagens pela polícia, sendo uma por homicídio, uma por latrocínio e três por roubo qualificado.

“As ações de facções criminosas estão sendo investigadas, pois quando você manda que seis veículos sejam tocados fogos há articulação desses criminosos. As lideranças dessas facções estão sendo identificadas independente dos grupos criminosos a que pertencem”, disse o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias.

A Secretaria de Segurança informou que está realizando uma operação no Complexo Penitenciário de Rio Branco, desde o fim da tarde desta terça-feira, com homens da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, para procurar armas, telefones celulares e rádios transmissores.

“Estamos tomando medidas de natureza administrativa e judicial estão sendo tomadas para que num prazo curto de tempo possamos dar as respostas necessárias.Vamos salvaguardar vidas e a segurança pública”, informou o secretário Farias.

Um dos carros incendiados pertence a um agente socioeducativo do Centro de Internação de Menores do Acre. O carro do agente foi atacado quando estava estacionado em frente a sua casa, no bairro Cidade Nova. Ele contou que um dos assaltantes mortos, Fábio Pereira, era morador do bairro.

"Acordei com os vizinhos batendo na porta dizendo que meu carro estava pegando fogo. Estava parado perto do veículo do meu irmão e jogaram combustível somente no meu", contou o agente, que pediu para não ser identificado.

Ameaças

Dois homens encapuzados fizeram ameaças a dez agentes penitenciários do Acre em um vídeo divulgado em aplicativos de celular e redes sociais no fim de semana. Nas imagens, enquanto um dos homens lê uma lista com os nomes dos agentes, o outro encena atirar.

A polícia investiga o teor do vídeo para tentar identificar os dois homens. A SSP informou que acredita que os ataques realizados na manhã de terça-feira (6) não tenham relação com as ameaças feitas aos agentes penitenciários.

A direção do Sindap-AC (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Acre) emitiu um alerta, nesta terça-feira, para os agentes penitenciários redobrem a atenção porque podem ocorrer ataques a membros da categoria.

“O estado de alerta tem que ser exercitado sempre na vida do operador de segurança pública, vale para os mais desavisados pensarem como farão para sacar sua arma em caso de emboscada, pensar onde colocar sua arma, observar a movimentação da rua antes de entrar e sair da sua casa, não ficar bêbados em locais desertos ou com grandes aglomerações, exercitar noções básicas de segurança”, diz a nota.