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Rio Branco tem terceiro ataque a ônibus e frota reduzida à noite

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

07/10/2015 11h39

Com o terceiro ônibus incendiado em Rio Branco (Acre), no início da noite desta terça-feira (6), o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte de Passageiros e Cargas do Acre decidiu reduzir a frota de coletivos que rodou a partir das 19h na capital. A redução da frota ocorreu com a disponibilização de um a dois ônibus por linha, como normalmente funciona nos fins de semana.

Entre a madrugada e noite de ontem, criminosos atearam fogo em nove veículos – três ônibus e seis carros. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), os ataques ocorreram em retaliação às mortes de dois assaltantes registradas na segunda-feira (5).

Um dos mortos na tentativa de assalto, Fábio André de Araújo Pereira, cumpria pena no regime semiaberto no Complexo Penitenciário de Rio Branco. Ele tinha dez passagens pela polícia por roubo qualificado.

Com a onda de ataques, o governo do Estado solicitou ao Ministério da Justiça reforço na segurança com envio de pelo menos 80 homens da Força Nacional de Segurança Pública.

O presidente do sindicato, Marco Costa, disse que a medida foi tomada devido ao clima de insegurança e medo que os rodoviários estão trabalhando. “Estamos lidando com vidas e os trabalhadores estão assustados. Num dos ataques uma cobradora foi atingida por respingos de combustível e por pouco não se queimou”, disse.

A categoria pede que os ônibus rodem com escolta policial para coibir ataques de criminosos. Nos ataques aos três ônibus, motoristas e cobradores foram abordados por homens armados, que jogaram combustível nos veículos para atear fogo.

Nesta quarta-feira (7), o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, informou que dez pessoas foram presas acusadas de participar dos ataques a ônibus e carros em Rio Branco. Farias disse que o serviço de inteligência das polícias já identificou de onde partiram as ordens e, com isso, conseguiram prender os dez acusados.

“Das dez pessoas presas, quatro eram responsáveis por receber os comandos das execuções das ações criminosas e fiscalizar se haviam sido executadas. Outras seis são executores dos assaltos e ataques”, declarou o secretário.

Farias disse ainda que a segurança pública está realizando ações de forma conjunta com as polícias e o judiciário para acabar com as ações criminosas na capital. “Estamos trabalhando 24h, rodando com efetivo reforçado para ações de maneira efusivas tudo dentro da lei. Essas ações são do Estado, pois estamos com todas as forças unidas da Polícia Militar, Bombeiro Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional, além do Poder Judiciário, para dar resposta de maneira rápida para a sociedade”, afirmou.

A SSP informou que durante a noite e madrugada realizou uma operação dentro de todas as unidades prisionais do Estado para retirada de telefones celulares e outros objetos ilícitos para coibir a comunicação de lideranças de facções criminosas. O número do material apreendido ainda não foi divulgado.

O secretário desmentiu boatos espalhados em redes sociais e aplicativos de telefone celular informando que haviam ocorrido arrastões, escolas haviam sido invadidas por criminosos e ainda policiais haviam sido assassinados.

“Tivemos uma amplificação de notícias falsas nas redes sociais e WhatsApp por conta da situação anormal que a cidade está passando, mas nada disso ocorreu, nenhum arrastão foi registrado, nenhuma escola invadida e nenhum operador de segurança pública foi assassinado. Solicitamos às pessoas que fiquem atendas apenas as informações oficiais da polícia para não entrarem em pânico com boatos”, disse o secretário.