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No Rio, PMs condenados pelo caso Juan serão julgados por mais uma morte

Do UOL, no Rio

23/10/2015 10h42

Os policiais militares condenados pelo assassinato de Juan Moraes, 11, há dois anos, serão julgados por mais um homicídio qualificado, desta vez contra Igor de Souza, 17. As duas vítimas foram mortas na mesma operação policial, na favela do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 20 de junho de 2011.

No caso de Igor de Souza, a defesa de três dos quatro acusados havia conseguido a absolvição no primeiro julgamento, com base na hipótese de que o adolescente era traficante de drogas e morrera em confronto com os réus - apenas o cabo Edilberto Barros do Nascimento foi condenado por este crime.

No entanto, o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) aceitou recurso do Ministério Público do Estado e decidiu pelo novo julgamento, cuja data ainda não foi definida. A Justiça também manteve, de forma integral, a condenação dos réus pela morte de Juan e por outras duas tentativas de homicídio. As penas aplicadas vão de 32 a 66 anos de prisão.

O promotor de Justiça Sérgio Ricardo Fernandes Fonseca contestou a tese de que os homicídios ocorreram em razão de um confronto armado entre policiais e traficantes. Para ele, os PMs "estavam no local para matar, e efetivamente assassinaram as vítimas".

"Apesar de Igor de Souza ser, supostamente, traficante, as provas mostram que não houve confronto", informou o Ministério Público, em nota.

Os réus são os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares, e os cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva, todos presos desde 21 de julho de 2011. O julgamento durou mais de 16 horas. A punição mais severa foi a aplicada a Edilberto, condenado a 66 anos de prisão. Carmo e Silva foram sentenciados a 36 anos, enquanto Soares recebeu punição de 32 anos de reclusão.

O UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos acusados.