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Mesmo com delação, último réu de chacina de Unaí pega 47 anos de prisão

Hugo Pimenta, condenado pela chacina de Unaí, em foto de 2004 - Cristiano Machado/Hoje em Dia/Folhapress
Hugo Pimenta, condenado pela chacina de Unaí, em foto de 2004 Imagem: Cristiano Machado/Hoje em Dia/Folhapress

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

11/11/2015 21h01

Último réu da chacina de Unaí a ser julgado, o empresário Hugo Alves Pimenta foi condenado nesta quarta-feira (11) a 47 anos, três meses e 27 dias de prisão pela participação no crime em que foram assassinados quatro funcionários do Ministério do Trabalho, em Unaí (600 Km de Belo Horizonte, em Minas Gerais), em 2004.

Beneficiado pelo acordo de delação premiada, Pimenta teve sua pena reduzida em 49 anos. Ele foi condenado a 96 anos de prisão pelo homicídio dos quatro funcionários. Como fez o acordo, sua pena foi reduzida para 47 anos, 3 meses e 27 dias de prisão. Ele poderá recorrer em liberdade.

A chacina aconteceu em 28 de janeiro de 2004. Três auditores fiscais do ministério e um motorista foram mortos em uma estrada rural da cidade. Um deles, o auditor fiscal do trabalho Nelson José da Silva, teve a morte encomendada por fazendeiros da região. A ordem era para que todos que estivessem com ele também fossem assassinados.

O julgamento de Pimenta, na Justiça Federal, em Belo Horizonte, durou dois dias. Ele foi, além de delator, intermediário confesso do assassinato dos quatro funcionários públicos.

Os irmãos Norberto e Antério Mânica, mandantes do crime, foram condenados recentemente a cem anos de prisão cada um. Porém, por serem réus primários, recorrem da sentença em liberdade. Em agosto de 2014, os pistoleiros Erinaldo de Vasconcelos Silva, William Gomes de Miranda e Rogério Alan Rocha Rios foram condenados a penas que, somadas, passam de 226 anos de prisão.

No período após o crime, o fazendeiro Antério foi eleito e reeleito prefeito de Unaí pelo PSDB, cumprindo oito anos de mandato. Já Norberto, que em 2004 era o maior produtor de feijão do mundo, conhecido como o “rei do feijão”, está livre desde 2006, tocando seus negócios.