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Onda de lama de Mariana chega ao último município de Minas Gerais

Onda de lama percorre cidades de Minas Gerais - UOL
Onda de lama percorre cidades de Minas Gerais Imagem: UOL

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

16/11/2015 19h49

A lama que desceu o rio Doce, após o rompimento das barragens da Samarco no último dia 5, chegou nesta segunda-feira (16) ao município de Aimorés (MG), que faz divisa com o município do Baixo Guandu (ES). Aimorés tem 26 mil habitante e fica a cerca de 370 quilômetros de Mariana (MG).

A lama foi detectada na Usina de Aimorés, que abastece o município, e que foi fechada semana passada, por precaução, pelo Consórcio Aliança, controlado pela Vale (45%) e Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) (55%).

De acordo com o Consórcio Aliança, a usina de Aimorés é do tipo “fio d’água”. Ou seja, o fluxo de água que chega até a usina deve ser mantido no rio.  “Isso significa dizer que a Usina de Aimorés não tem capacidade para reter os rejeitos”, informa a companhia.

“As operações das turbinas que geram energia elétrica continuarão interrompidas de forma preventiva até que seja realizada uma avaliação dos impactos da passagem da onda de sedimentos pelo rio Doce”, afirma a empresa.

Ainda de acordo com o Consórcio Vale/Cemig, a água que vem do rio Doce não está passando pelas turbinas e é liberada por meio das comportas, dentro de parâmetros operacionais, de forma controlada, regulando o nível do reservatório, conforme a vazão do rio Doce.

A chegada da lama dificultou o serviço de água em distritos do município, já que esses vilarejos são abastecidos com água captada no rio Doce. A área urbana de Aimorés, porém, é cortada pelo rio Manhuaçu onde é feita a captação de água para abastecimento. O Manhuaçu é afluente do rio Doce, mas até o momento não foi atingido pela lama.

De acordo com a  Defesa Civil de Aimorés, a água amarelada começou a descer o rio Doce na última sexta-feira (13). A captação de água para os distritos foi suspensa e retomada no domingo (15). Nesta segunda-feira, porém, com a chegada do barro mais denso, foi necessário desligar novamente a captação de água no rio Doce.

Ainda de acordo com a Defesa Civil do município, a situação hídrica difícil no município há cerca de dois anos foi agravada com a lama que desceu o rio Doce. No início deste mês, a Prefeitura de Aimorés já havia decretado situação de emergência em três distritos – São Sebastião da Vala, Conceição do Capim e Penha do Capim – devido à seca. O Córrego Capim, afluente do Manhuaçu, abastecia os distritos mas secou completamente. Desde então, os reservatórios desses distritos recebem água de caminhão-pipa.