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Polícia e MP buscam máfia de táxis em Niterói que faturava R$ 27 mi por ano

Do UOL, no Rio

26/11/2015 09h25

Vinte e quatro pessoas são procuradas pela polícia nesta quinta-feira (26) em Niterói, São Gonçalo e no Rio de Janeiro, suspeitas de falsificar autonomias de táxi. A operação conjunta entre Polícia Civil e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) deve cumprir também 52 mandados de busca e apreensão.

As investigações apontam que o grupo foi responsável por 600 táxis piratas no município. O faturamento é estimado, somente com os valores das diárias, em R$ 27 milhões por ano.

"Ao utilizar táxis piratas, a população era exposta a enorme risco. Os veículos não tinham os seguros obrigatórios, não eram vistoriados, o taxímetro não era aferido, e alguns motoristas possuíam antecedentes criminais. Há caso, inclusive, de uma passageira que foi estuprada por um taxista pirata", afirmou o promotor do GAECO Sérgio Luis Lopes Pereira, responsável pela denúncia.

Segundo o MP-RJ, a quadrilha, conhecida como Máfia do Táxi, atua ao menos desde 2010, com a liderança de servidores públicos do Setor de Transporte Individual da Secretaria Municipal de Transporte, responsável pela fiscalização do serviço de táxi.

Os integrantes utilizariam permissões de táxis que estavam suspensas, principalmente em razão da morte do motorista permissionário, negariam a transferência para a viúva e a revenderiam por cerca de R$ 40 mil.

A Procuradoria informou que a prática era adotada até janeiro de 2010, quando foi assassinado o subsecretário de Transportes de Niterói, Adhemar José Melo Reis. As investigações apontam que o homicídio foi motivado pela repressão que o subsecretário fazia à quadrilha.

A partir de 2013, o esquema criminoso teria passado a fazer duplicatas de autonomias de táxis. Para participar do esquema, de acordo com o Ministério Público, era cobrado cerca de R$ 5.000, além de uma mensalidade de R$ 650, para andar com o veículo adulterado sem ser incomodado pela fiscalização. Aos motoristas que desejavam alugar a autonomia, exigiria-se pagamento de diária de R$ 150.

Os integrantes da quadrilha foram denunciados pelos crimes de corrupção passiva, receptação, organização criminosa, falsificação de selo e de documento público e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.