O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), decretou na noite desta quarta-feira (23) estado de emergência na saúde do Rio. O objetivo é acelerar a aplicação de recursos na área com a ajuda do governo federal para garantir o funcionamento de hospitais estaduais. O Rio de Janeiro vive uma das piores crises da saúde da história, com emergências hospitalares fechadas, falta de medicamentos e insumos e atrasos nos pagamentos de serviços terceirizados.
Segundo o governo do Rio, já foram garantidos R$ 297 milhões para manter a prestação de serviços e atendimentos na rede estadual de saúde. Os recursos viriam do Ministério da Saúde, que vai repassar R$ 135 milhões, e do Tesouro Estadual, que aplicará R$ 152 milhões. O montante será somado ao empréstimo de R$ 100 milhões anunciado pela Prefeitura do Rio de Janeiro mais cedo.
A previsão, segundo o governo, é de que os recursos do Tesouro Estadual e da Prefeitura estejam disponíveis nos próximos dias. Já da parte repassada pelo governo federal, R$ 45 milhões chegariam ainda nesta semana, R$ 15 milhões no dia 30 de dezembro e R$ 75 milhões no dia 10 de janeiro.
"Essa parceria com o governo federal e com a Prefeitura do Rio é essencial. O Estado não tem máquina de fazer dinheiro. Dependemos muito desses repasses, principalmente diante da gravidade da crise financeira do país, que tem sérios reflexos no nosso Estado", afirma Pezão.
Segundo o governador, a situação dos hospitais que foram fechados por falta de material será normalizada nesta quinta (24), quando serão entregues 450 itens de material hospitalar e medicamentos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. As unidades que receberão os insumos são os hospitais Getúlio Vargas, Adão Pereira Nunes e Alberto Torres.
A presidente Dilma Rousseff cancelou viagem ao Rio de Janeiro para tratar do assunto. Dilma participou em Brasília de reunião que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Castro, da Casa Civil, Jaques Wagner, de presidentes de bancos públicos e do governador Pezão, via teleconferência.
"A ordem da presidente Dilma Rousseff e do ministro Marcelo Castro [Saúde] é auxiliar o Estado do Rio por meio de repasses de recursos, insumos estratégicos e integração das redes", diz o secretário nacional de Atenção em Saúde, Alberto Beltrame. Segundo o ministro Marcelo Castro, o gabinete concentrará ações para conter doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Justiça determinou aplicação de recursos
A situação dos hospitais da rede estadual é o ápice de uma crise financeira que vem afetando a saúde pública no Rio há pelo menos dois meses. Servidores estão com salários atrasados, há falta de insumos e relatos de redução de leitos, fechamento de emergências e cancelamento de cirurgias e consultas.
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