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Governador do Rio passa gestão de dois hospitais para a prefeitura carioca

Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, no Rio

05/01/2016 17h56

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB) anunciou nesta terça-feira (5) que passou a gestão de dois hospitais para a prefeitura da capital fluminense: Albert Schweitzer e Rocha Faria, ambos na zona oeste. O Estado vive uma grave crise na saúde pública, em virtude do atraso no pagamento de salários e da falta de materiais e condições adequadas de atendimento.

O Rocha Faria, em Campo Grande, é uma das unidades mais afetadas. Nos últimos dias, houve relatos de pessoas que receberam alta mesmo com problemas sérios de saúde, além de exames de imagem não serem realizados. Apenas nesta terça, a reportagem do UOL se deparou com três casos de falta de estrutura para o atendimento na unidade.

Acompanhado dos pais, Diego, 12, esteve no hospital na tentativa de retirar uma vedação de gesso. A estrutura foi colocada em seu braço após fratura, no setor de ortopedia do próprio Rocha Faria, há três meses. Hoje, porém, não há funcionários para remover a proteção, de acordo com o pai do menino, Luidame Pinto do Nascimento, 41. A família foi orientada a procurar outras unidades de saúde em Realengo e em Santa Cruz, também na zona oeste da cidade, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Andréia Cláudia, 42, também teve problemas nesta terça por conta das condições de atendimento no setor de ortopedia. A mãe dela, Maria de Lourdes Rodrigues, 74, teve que esperar quase quatro horas para sair do hospital, após receber alta. Ela se recupera de uma cirurgia para reparação de fratura no fêmur.

"Disseram que havia poucos maqueiros. Os que estão trabalhando estavam almoçando. É assim que funciona? Um hospital sem maqueiros? Ela já teve alta, não sei o que ainda estou fazendo aqui", disse ela, que aguardava irritada na porta da emergência.

Patrícia Pereira da Silva, 21, descreveu a dificuldade encontrada por ela para conseguir atendimento: "Estou penando aqui. Me deram uma injeção para a dor e disseram para eu voltar para casa. Mas eu não saio daqui de jeito algum." Caminhando para o nono mês de gestação, com 37 semanas, ela disse que apenas uma médica está trabalhando na maternidade.