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Prefeitura do Rio começa gestão de hospital em crise podando árvores

Prefeitura do Rio realiza "choque de ordem" no entorno do hospital Albert Schweitzer - Fotoarena/Ag. O Globo
Prefeitura do Rio realiza "choque de ordem" no entorno do hospital Albert Schweitzer Imagem: Fotoarena/Ag. O Globo

Do UOL, no Rio

07/01/2016 18h07

A Prefeitura do Rio de Janeiro assumiu nesta quinta-feira (7) a gestão do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste, podando árvores, removendo grades e melhorando a iluminação no entorno da unidade hospitalar. O local possui problemas graves como restrições de atendimento, demora no resultado de exames e falta de insumos e medicamentos para os procedimentos, segundo relatam pacientes. Além disso, 440 leitos do hospital foram incluídos no cadastro da rede municipal.

Para o secretário municipal de coordenação de Governo, Pedro Paulo, no entanto, a prioridade é melhorar o ambiente hospitalar. “São ações que aproximam e humanizam o atendimento, tornando o espaço menos frio, mais receptivo e garantem a transparência e eficiência do serviço em rede, promovendo a integração do sistema. Juntas, as ações deste primeiro dia aumentam o respeito no tratamento ao cidadão”, disse.

De acordo com nota divulgada pela prefeitura, 60 profissionais da secretaria e da Comlurb foram destacados para a realização de serviços como fresagem da rua Nilópolis (4 km serão recapeados), remoção de 34 toneladas de entulho de dentro do hospital, varrição, poda de 11 árvores, remoção de 14 metros de grades e revisão geral do parque de iluminação pública no entorno da unidade hospitalar, além de uma obra de canalização do rio Marinho, ao lado do hospital.

Atendimento comprometido

Na quarta (6), pacientes ainda enfrentavam problemas graves decorrentes da precariedade do atendimento no Albert Schweitzer. Vítima de um derrame no domingo (3), Olindina José da Silva Vicente, 66, não conseguia o resultado da tomografia analisado por um neurocirurgião. Enquanto a família da doente aguardava no saguão, no andar superior, autoridades do Estado e da Prefeitura do Rio reuniam-se para acertar detalhes da municipalização do hospital.

Segundo a nora de Olindina, os parentes precisaram recorrer a um médico amigo para que analisasse o resultado da tomografia. A Secretaria Estadual de Saúde divulgou que a paciente foi atendida por uma equipe multidisciplinar, que inclui neurologista.

Além do hospital de Realengo, a prefeitura assumirá o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, também na zona oeste, a partir da próxima segunda-feira (11). Os dois continuarão geridos por OSs (Organizações Sociais), mas as atuais gestoras terão os contratos rompidos. "Vai ser de forma amigável, não teremos que ressarcir", disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

O rompimento do contrato com a OS HMTJ (Hospital Maternidade Therezinha de Jesus), responsável por administrar o Albert Schweitzer, será em 31 de janeiro. No dia seguinte, entrará em vigor um contrato emergencial com a HMTJ, válido por 180 dias. Neste período, uma nova concorrência pública deverá ser realizada para contratação da OS que vai gerir o hospital com recursos do município. O contrato da HMTJ terminaria em fevereiro de 2017. A OS não se manifestou sobre as mudanças. O trâmite será o mesmo em relação ao Rocha Faria, mas ainda não há definição se a OS Pró-Saúde continua na unidade durante o contrato emergencial.

O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro criticou a municipalização dos hospitais. A entidade reclama que a decisão foi tomada sem ter passado pelo Conselho Estadual de Saúde.