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Samarco oferece "lay-off" para empregados que retornam ao trabalho hoje

Em novembro, ativistas jogaram lama nas portas da sede da Vale, sócia da Samarco, no Rio de Janeiro, durante protesto - Fábio Motta/ Estadão Conteúdo
Em novembro, ativistas jogaram lama nas portas da sede da Vale, sócia da Samarco, no Rio de Janeiro, durante protesto Imagem: Fábio Motta/ Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

11/01/2016 15h54

Sem produção e sem previsão de retomada da exploração de pelotas de minério de ferro, 1.200 empregados da mineradora Samarco, nas unidades de Germano, em Mariana (MG), e de Ubu, em Anchieta (ES), retornaram ao trabalho na manhã desta segunda-feira (11). Com o emprego garantido até 25 de abril, esses funcionários receberão a proposta de “lay-off” para qualificação profissional.

De acordo com a Samarco, por enquanto, esses trabalhadores ficarão responsáveis pela limpeza e manutenção dos equipamentos nessas unidades. Ao todo, são 3.000 funcionários trabalhando nessas áreas, mas a empresa não informou quais as funções que serão atribuídas aos outros 1.800 empregados.

A Samarco foi proibida de manter suas atividades pelos órgão ambientalistas, logo após o rompimento da barragem em Mariana, no início de novembro, que matou 17 pessoas, fez desaparecer outras duas e devastou 35 municípios mineiros e capixabas ao longo do rio Doce.

Lay-off

Na semana passada, a mineradora informou sobre o acordo para a prorrogação por mais 55 dias dos contratos de trabalho das unidades de Mariana e Anchieta. O prazo anterior era 1º de março deste ano.

Além da garantia de emprego, a Samarco vai sugerir aos empregados, um “lay-off” -- suspensão temporária dos contratos de trabalho, por três meses, com a possibilidade de qualificação profissional.

Durante esse período, os empregados afastados de seus postos de trabalho terão parte de sua remuneração paga pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), conforme previsto na legislação, e poderão participar de cursos de qualificação profissional. Outra parte do rendimento, a própria empresa irá custear.

"A empresa oferecerá uma ajuda compensatória mensal, que somada à bolsa de qualificação profissional prevista nessa modalidade de suspensão de contrato, garantirá o salário nominal dos empregados nesse período", informou a companhia.

"A medida tem ainda a vantagem de permitir que as empresas se ajustem a eventuais reduções de demanda, diminuição de custos e retomada de produção", informou a Samarco.