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Com salário atrasado e 13º parcelado, professora no Rio adia casamento

Elza e o noivo; casamento adiado - Reprodução/Facebook
Elza e o noivo; casamento adiado Imagem: Reprodução/Facebook

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

18/01/2016 17h20

Apesar de o governo do Estado do Rio de Janeiro ter garantido que depositou os salários de todos os servidores no último dia 12, muitos professores ainda não viram o dinheiro entrar na conta. A professora Elza Aparecida de Oliveira, que leciona sociologia em um colégio em Magé, na Baixada Fluminense, chegou a adiar a data do casamento devido ao atraso.

“Não veio nada até agora do pagamento, não obtive nenhuma resposta da coordenação e nem da Seeduc (Secretaria Estadual de Educação). Ia me casar no cartório agora com o 13º, com esse parcelamento adiamos até isso”, diz ao citar também o parcelamento do benefício. De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, 20% do 13º foram depositados em dezembro, outros 20% nesta segunda-feira (18) e o restante será depositado nos dias 17 de fevereiro, 17 de março e 18 de abril -- a primeira parcela foi paga antecipadamente, em 31 de julho.

Elza diz que os depósitos chegam a aparecer no contracheque online, mas nada do dinheiro cair na conta bancária. “Estou há semanas tentando falar com alguém, ninguém responde”, diz.

Mesmo caso da professora e pesquisadora Hozana Leite. Ao questionar a sua coordenação pelo atraso – Hozana foi convocada no dia 6 de novembro e até agora não recebeu nada --, ouviu que o Estado e o país “estavam em crise” e era preciso ter paciência. “Estou contando as moedas, tenho contas para pagar”, reclama.

Segundo a Secretaria da Fazenda, todos os salários já foram depositados e o atraso foi gerado por um problema técnico na transferência do dinheiro para as contas dos professores devido à instalação de um novo sistema de pagamentos, em operação desde o dia 1º de janeiro.

Coordenadora do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro), Marta Moraes diz que o “quadro é muito complicado”. A categoria debate uma greve geral para fevereiro em conjunto com médicos, bombeiros e policiais. “Nossas contas estão sendo pagas com juros, os salários atrasados, o calendário de pagamento é absurdo. Estamos indignados”, diz.