Delegacia de defesa de direitos humanos no PI não consegue nem telefonar
A delegacia responsável por investigar casos de desrespeito aos direitos humanos no Piauí sofre com a falta de dinheiro. Segundo Emir Maia, delegado-titular da Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias, os telefones não ligam para fora, isto é, fazem apenas chamadas internas. Também faltam carros e equipamentos.
A equipe é reduzida, formada por oito pessoas no total: Maia, um escrivão e seis investigadores.
"Apesar de todo o compromisso do governo do Estado, essa carência dificulta o processo célere das demandas policiais. Mas isso não é privilégio do Piauí, é comum a todos os Estados", diz o delegado.
Mas o principal alvo de violação de direitos no Estado são os travestis. Os casos, entretanto, são difíceis de investigar, segundo o delegado, porque as vítimas mudam constantemente de endereço e de nome social. Por isso ele diz valorizar a ronda noturna para prevenir ataques contra esse grupo.
Denúncias sem endereço da vítima
Os registros encaminhados pelo Disque 100, serviço para acolher, analisar e encaminhar denúncias de violação de direitos, recebidos normalmente no Piauí via correio, apresentam muitas vezes uma dificuldade: a ausência de endereço das vítimas. Sem essa informação, é grande a chance de o caso notificado não ir adiante.
Na quinta-feira (18), a reportagem do UOL entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública do Piauí para questionar sobre a condição precária da delegacia.
Em nota, o órgão respondeu que a delegacia "recebe anualmente suprimento de fundo para a manutenção básica da estrutura" e que, nos próximos meses, será "transferida para um complexo que abrigará a Delegacia da Mulher e Delegacia do Idoso em um espaço cedido pelo governo do Estado".
A secretaria informa ainda que "o delegado responsável possui dois telefones para o recebimento e realização de ligações locais e interurbanas, 0/xx/86/3215-4200 e 0/xx/86/99452-4200, e que não foi notificada sobre qualquer problema".
O UOL tentou falar várias vezes na tarde de terça-feira (23) nesses números, mas ninguém respondeu.
Serviço:
Delegacia de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias do Piauí - rua 24 de Janeiro, 500, centro, Teresina - tel. 0/xx/86/3216-5256
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