PM acusado de ter matado vizinho se apresenta em Governador Valadares (MG)
O policial militar acusado de ter matado a tiros um vizinho no interior mineiro se apresentou, no final da tarde desta segunda-feira (7), a uma delegacia da Polícia Civil de Governador Valadares (311 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais) e foi preso.
O sargento Júlio César da Silva, 43, entregou a arma que teria sido usada no crime, um revólver calibre 38, de acordo com a assessoria da Polícia Civil. A arma de fogo seria a que o militar usa no trabalho.
O desentendimento, que ocorreu neste domingo (6), teria sido motivado por uma rixa estabelecida anteriormente entre eles, que moram em casas próximas.
O policial foi detido em razão de um mandado de prisão temporária expedida pela Justiça mineira e encaminhado a um batalhão da Polícia Militar, onde ficará à disposição da Justiça. Segundo a Polícia Civil, o sargento ficou calado durante seu interrogatório e teria dito apenas que estava abalado emocionalmente.
Para os policiais, Silva efetuou os disparos contra o motorista Fábio Aguiar de Morais, 36, que morreu na hora. Os dois bateram boca em frente a um estabelecimento comercial, em bairro da cidade mineira.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, que teria sido gravado por meio de um celular pela mulher do motorista, a vítima aparece nas imagens portando um fação, e o militar empunha uma arma de fogo. Os dois discutem e trocam ameaças.
Em dado momento, o motorista aparentemente provoca novamente o militar, que falava em um telefone celular. Ele deixa o aparelho no chão e, em seguida, abre fogo. Após os tiros disparados, ele fugiu do local.
Uma equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada e atestou que Morais havia morrido.
Rixa
A motivação para a morte do motorista ainda será investigada. No entanto, a Polícia Militar revelou a existência de boletim de ocorrência dando conta de que o autor dos disparos e os filhos da vítima tinha sido conduzidos anteriormente a uma delegacia em razão de "desentendimento entre vizinhos".
Constam ainda reclamações contra o militar na corregedoria da corporação que também citam desentendimentos entre vizinhos. No entanto, em nota, a PM disse que "não há nada sobre a conduta do autor que fosse contrária à disciplina e ética militares".
A família de Silva, de acordo com a Polícia Civil, deixou a casa onde morava ainda no domingo. O inquérito sobre o caso ficará sob responsabilidade do delegado Jean Fanti, que anexou o vídeo no processo e solicitou uma perícia nas imagens.
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