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Escolha de "novo Bento Rodrigues" será por meio de voto em Mariana (MG)

Escombros da vila de Bento Rodrigues, destruída por uma enxurrada de lama - Moacyr Lopes Junior - 8.nov.2015/Folhapress
Escombros da vila de Bento Rodrigues, destruída por uma enxurrada de lama Imagem: Moacyr Lopes Junior - 8.nov.2015/Folhapress

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

05/05/2016 17h02

Os ex-moradores de Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana (MG) devastado pela lama que jorrou após o colapso da Barragem de Fundão, vão escolher por meio de votação, no sábado (7), a área onde será erguida a nova comunidade.

O rompimento da barragem da mineradora Samarco, propriedade das empresas Vale e BHP Billiton, completou seis meses nesta quinta-feira (5). A tragédia, ocorrida em 5 de novembro do ano passado, matou 19 pessoas [um corpo ainda está desaparecido] e foi considerada o maior desastre ambiental do país.

De acordo com a Prefeitura de Mariana, a votação para a escolha do terreno será realizada das 7h às 17h, no Centro de Convenções da cidade.

Conforme o promotor Guilherme de Sá Meneghin, da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mariana, haverá cédulas de votação e um representante das famílias atingidas poderá votar.

“Será um voto por família. Eles vão escolher o terreno que preferirem. São 199 famílias”, afirmou. Os moradores de Paracatu de Baixo, outra localidade atingida pela lama, não vão participar dessa votação.

“Esse terreno só se refere a Bento Rodrigues. Os moradores de Paracatu vão participar de uma outra votação”, disse o representante do Ministério Público. Ele, no entanto, não adiantou quando será esse evento destinado aos moradores de Paracatu de Baixo.

Os atingidos pela lama em Bento Rodrigues já inspecionaram três locais e vão decidir por um deles onde possivelmente a vila poderá ser reerguida. As áreas são próximas a Mariana e denominadas de Lavoura, Carabinas e Bicas.

Após a apuração, ainda conforme Meneghin, o local escolhido passará por um pente fino.

“Nosso foco agora é escolher o terreno. Uma vez escolhido esse local, nós vamos aprofundar os estudos técnicos e científicos e, se o terreno for viável, se não houver nenhum problema grave lá e se ele puder abarcar a comunidade, aí começa a fase de licenciamento ambiental e construção”, afirmou.

Meneghin adiantou que os terrenos ofertados não são da mineradora Samarco. Ele, no entanto, disse que a empresa já entrou em contato com os donos das propriedades e afirmou haver interesse deles em vender as áreas.

“Além de terem conhecido os locais, os ex-moradores estão recebendo informações técnicas sobre eles”, declarou. Entretanto, não há uma previsão de data na qual as obras deverão ser iniciadas.

Atualmente, as famílias que perderam suas moradias estão alojadas em casas e apartamentos, em Mariana. O valor do aluguel está sendo pago pela mineradora.