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Maranhão terá PM em ônibus e apoio da Força Nacional para conter violência

Maranhão terá PMs dentro dos ônibus - Reprodução/ Twitter/ Segurança Maranhão
Maranhão terá PMs dentro dos ônibus Imagem: Reprodução/ Twitter/ Segurança Maranhão

Do UOL, em São Paulo

22/05/2016 19h43Atualizada em 22/05/2016 19h43

O governo do Maranhão anunciou, neste domingo (22), medidas para tentar conter a onda de violência que tomou conta da região metropolitana de São Luís desde quinta-feira (19). Entre elas estão a presença de policiais militares dentro dos ônibus e o reforço da Força Nacional de Segurança

Desde quinta, foram registrados 14 ataques a ônibus, dos quais seis completamente queimados, além da fuga de 25 adolescentes infratores de uma Unidade de Detenção Provisória. As ações foram praticadas por facções criminosas (leia mais abaixo)

O governo afirma, em nota, que 50 pessoas foram detidas desde quinta-feira pela ação conjunta entre Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Ainda segundo o governo, "a presença da polícia nas ruas inibiu novos ataques e melhorou a sensação de segurança da população".

PM dentro de ônibus

"Todos os ônibus vão ter dois policiais, ou pelo menos a maioria dos ônibus. Eles pegam o ônibus no terminal ou, então, no ponto final, fazem uma volta todinha e retornam para o ponto final. Isso durante o dia todo, até a noite", diz o tenente-coronel Marques Neto, comandante do Batalhão Tiradentes, em vídeo divulgado na página oficial do governo no Twitter

ônibus queimado no Maranhão - Domingos Costa/Divulgação - Domingos Costa/Divulgação
Ônibus incendiado no município de Raposa, região metropolitana de São Luís
Imagem: Domingos Costa/Divulgação

Desde o início dos ataques, houve reforço do policiamento na zona rural da região metropolitana, nos pontos finais e nas paradas de ônibus, terminais de integração, nas áreas e bairros mais perigosos.

A operação dentro dos ônibus e o policiamento ostensivo deve durar "enquanto houver ameaças iminentes", segundo o governo maranhense. 

Motoristas dizem que não vão parar

Na manhã deste domingo (22), o governador Flávio Dino reuniu-se com sindicato das empresas de transporte e dos motoristas para garantir que os ônibus não deixem de circular, afetando o transporte da população.

As garagens das empresas de ônibus serão fiscalizadas, das 9h às 21h, por oficiais da PM e fiscais do Procon e da Agência de Mobilidade Urbana (MOB).

"Se for identificado recolhimento desses coletivos fora da normalidade, imediatamente os ficais vão aplicar as medidas sancionatórias”, disse o presidente do Procon, Duarte Júnior. 

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), José Luiz Medeiros, disse que os ônibus irão circular sem nenhuma interrupção, inclusive à noite, com os chamados corujões. "A população pode confiar que os ônibus rodarão hoje à noite normalmente, aconteça o que acontecer", disse.

Força Nacional envia homens

O Ministério da Justiça aceitou o pedido de auxílio da Força Nacional de Segurança. "O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, deferiu nosso pedido e teremos o auxílio da Força Nacional de Segurança para conter essa quadrilha", publicou o governador em sua conta no Twitter.

A assessoria de imprensa do Ministério confirmou a informação e disse que a oficialização da ajuda será feita nesta segunda-feira (23), quando também será decidido o número de homens que serão deslocados e a estratégia de atuação.

A última vez que a Força Nacional esteve no Maranhão foi em 2014, após uma série de ataques a ônibus durante greve de policiais. De acordo com a assessoria do governo do Estado, esse tipo de ataque não ocorria há 17 meses na capital.

Ataques partiram de dentro do presídio

Os ataques foram comandados de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas por líderes de facções criminosas. O suposto autor das ordens dos últimos atentados, Eliakim Machado, o "Sadrak", é um dos líderes do Bonde dos 40, uma das quadrilhas mais perigosas em atuação no Maranhão.

Em uma interceptação telefônica feita pela Secretaria de Segurança, Eliakim ordena: "Boa noite meus irmãos da família 40! Tá dado aí um salve geral aí pra tá agarrando os ônibus, de preferência no ponto final, pois não tem ninguém dentro, tá tocando fogo nos ônibus. Mas é pra pegar fogo todinho mesmo os ônibus. Forma de protesto contra a opressão que estamos sofrendo no sistema penitenciário".

A opressão citada pelo detento se refere à forte repressão que a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária impôs aos prisioneiros, após a morte do auxiliar de agente penitenciário, Gilvan Cordeiro, que foi executado.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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