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"Claro que me arrependo", diz suspeito que agiu com ironia após depor no Rio

Raí de Souza, suspeito de participação no estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, no Rio de Janeiro, acena e sorri para as câmeras ao chegar para prestar depoimento na Cidade da Polícia, na zona norte carioca - Reprodução
Raí de Souza, suspeito de participação no estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, no Rio de Janeiro, acena e sorri para as câmeras ao chegar para prestar depoimento na Cidade da Polícia, na zona norte carioca Imagem: Reprodução

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

30/05/2016 15h28Atualizada em 31/05/2016 09h32

Raí de Souza, 22, considerado pela Polícia do Rio de Janeiro suspeito de participar do estupro coletivo de uma jovem de 16 anos, na semana passada, afirmou ao UOL que se arrepende de ter agido com ironia ao chegar à delegacia para prestar depoimento, na sexta-feira (27), quando confirmou ter sido o responsável por gravar imagens da vítima com o celular e divulgá-las na internet.

Na ocasião, diante das câmeras, Souza entrou na Cidade da Polícia, na zona norte carioca, com acenos e sorrisos. Acompanhado do amigo, o jogador de futebol Lucas Perdomo Duarte Santos (identificado como namorado da adolescente violentada), 20, ele disse, em tom de deboche, que o atleta estava "mais famoso do que a Dilma".

Raí se entregou e foi preso temporariamente. Lucas Santos foi preso quando se preparava para dar uma entrevista a jornalistas em um restaurante no centro do Rio.

"É claro que eu me arrependo. Eu nem estava acreditando [quando prestou depoimento] e ainda não tinha visto o depoimento dela. (...) Não imaginei que ia dar isso", afirmou ele, em referência ao tamanho da repercussão do caso.

Questionado sobre o dia do crime, o suspeito desconversou. Reafirmou não ter participado do estupro, mas não explicou por que estava no local. "Me considero injustiçado. Eu estou tranquilo porque ela deu vários furos", disse ele, em menção a supostas contradições no depoimento da vítima à polícia.

Ao deixar a delegacia, na noite de sexta, Souza afirmou aos jornalistas que "estava achando tudo isso ridículo". Ele também defendeu Perdomo, que é jogador de futebol do Boavista, clube do interior fluminense.

"Somos inocentes. Isso tudo aí está ridículo. Estão tentando queimar a carreira de um bom jogador. Só viemos provar que não fizemos nada. Não teve estupro", declarou.

O advogado de Perdomo informou que está estudando se pedirá habeas corpus ou revogação da prisão, já que o crime de estupro de vulnerável é inafiançável, ou seja, o suspeito não pode ser solto mediante pagamento de fiança.

"Mesmo que ele fique preso, irá à delegacia. A gente sabe que ele está falando a verdade, vou estudar o pedido de prisão para apresentar as medidas cabíveis", afirmou Eduardo Antunes.

Operação

A Polícia Civil do Rio realizou uma operação nesta segunda-feira (30) para localizar e prender os seis suspeitos de participação no estupro coletivo da jovem de 16 anos.

Os mandados expedidos pela Justiça são contra Raí de Souza, Lucas Perdomo Santos, Michel Brasil, Raphael Belo, Marcelo Corrêa e Sergio Luiz da Silva Junior. Esse último, conhecido como "Da Rússia", é apontado como chefe do tráfico do morro da Barão, onde ficava a casa em que a menina foi estuprada. O Disque-Denúncia oferece R$ 1.000 por informações que possibilitem a captura do suspeito. (Com Estadão Conteúdo)