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'O vento varria tudo', diz moradora de prédio destruído por vendaval em SP

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

06/06/2016 15h32

O rastro de destruição deixado por um temporal que atingiu Campinas, Jarinu e Atibaia, no interior de São Paulo, na madrugada de domingo (5), ainda assusta moradores. Durante o fenômeno, ventos de até 120 km/h destelharam imóveis, arrastaram carros, derrubaram árvores e deixaram parte do município de Campinas, principalmente, devastada.

A tempestade foi acompanhada de microexplosões e granizo, durou cerca de 45 minutos e causou diversos estragos. No apartamento da professora Aldina Maria Jorge Rodrigues, 59, que fica no 15º andar de um prédio, no Jardim Madalena, a ventania quebrou vidros e janelas, arrancou quadros, portas, lustres e persianas e carregou até as cadeiras que ficavam na sacada. “Foi assustador. O vento varria tudo. Não tem nada no lugar. E o pior é que começou como uma chuva moderada. De repente, eram raios e trovões constantes e um vendaval que eu nunca tinha visto”, disse ela, que preferiu não ser fotografada.

Mesmo com o imóvel todo revirado, não foi preciso deixar a casa. “Estou tomando as providências para colocar tudo em ordem. Iniciar os reparos e tocar a vida. O importante é que ninguém ficou ferido. Pelo estrago que fez, é um consolo saber que ninguém se machucou gravemente no prédio. O restante, a gente dá um jeito”, comentou.

Segundo Aldina, alguns moradores do prédio foram atingidos por estilhaços e por objetos que o vendaval arremessava, mas todos tiveram escoriações leves e passam bem.

A Prefeitura de Campinas informou, em nota, que quatro pessoas ficaram feridas e uma família ficou desalojada, mas foi para a casa de parentes. Além disso, 11 pontos de alagamento foram contabilizados na cidade e a Defesa Civil fez 301 vistorias. Hoje, mais de 1.200 profissionais estão trabalhando na limpeza e na reconstrução das áreas afetadas. 

Durante a tempestade, foi registrado um volume de 74 mm de chuva. Mais que o dobro do previsto para o mês inteiro, que era de 35 mm.

Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, da Unicamp, o município foi atingido por um fenômeno chamado “microexplosões”, que são nuvens carregadas de ar, água, granizo, acompanhadas por ventos intensos e que causam estragos semelhantes aos de um tornado. Ainda segundo o órgão, para os próximos dias estão previstos novos temporais, com a incidência de ventos fortes.