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Vai que resolvem acabar com a gente?, diz pai sobre soltura de PMs acusados de chacina no Rio

Do UOL, no Rio

22/06/2016 11h27

O pai de um dos cinco jovens mortos em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro, em novembro de 2015, por 111 tiros disparados por policiais militares, afirmou ao telejornal "RJTV" que sente medo de alguma retaliação após a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de mandar soltar os PMs.

“Eu tenho mais dois filhos pequenos. Vai que esses policiais com raiva, com revolta da gente, que a gente está acusando eles da morte dos nossos filhos já que foi mais que comprovado, eles resolvem voltar e acabar com o que sobrou da gente?”, afirmou. “Vai fazer sete meses e já estão soltos na rua.”

O crime aconteceu quando Wilton Esteves Domingos Júnior, 20, Wesley Castro Rodrigues, 25, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16, e Roberto de Souza Penha, 16, voltavam de um passeio no Parque de Madureira, zona norte, e passavam nas proximidades do Complexo da Pedreira --conjunto de favelas da região. No local, eles foram surpreendidos por PMs que efetuaram os mais de cem disparos contra o Palio em que estavam.

Os policiais militares Antônio Carlos Gonçalves Filho, Fabio Pizza Oliveira da Silva, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos foram presos sob a acusação de homicídio qualificado e fraude processual e estão presos no Batalhão Especial Prisional, em Niterói (cidade na região metropolitana), desde então.

A 1ª Promotoria de Justiça pediu ao 2º Tribunal do Júri a condenação dos PMs por cinco homicídios qualificados, duas tentativa de homicídios qualificados, fraude processual (modificação da cena do crime) e posse de arma com numeração adulterada. Os policiais afirmam, no processo, que a ação foi para conter uma quadrilha de roubo de cargas.