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Folha de pagamento de junho dos servidores gaúchos será parcelada em 6 vezes

José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul - Wilson Dias - 8.jun.2016/Agência Brasil
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul Imagem: Wilson Dias - 8.jun.2016/Agência Brasil

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

29/06/2016 17h26

O governo do Rio Grande do Sul informou na tarde desta quarta-feira (29) que parcelará novamente os salários do Executivo estadual. Dessa vez, os servidores receberão em seis parcelas. Esse é o quinto mês seguido que o parcelamento ocorre. A quitação de toda folha deve ocorrer até o dia 12 de julho.
 
Segundo o Secretário da Fazenda, Giovani Feltes, uma primeira parcela de R$ 2,6 mil será depositada nesta quinta-feira (30), o que deve quitar cerca de 62% de salários dos servidores. Para realizar esse primeiro pagamento, o governo teve de colocar à disposição R$ 650 milhões, parte do valor com recursos do caixa único. Para quitar a folha seria necessário ter no caixa mais R$ 341,2 milhões.
 
A folha completa do Executivo de junho é de R$ 1,476 bilhão. O valor líquido dos salários chega a R$ 1,252 bilhão para os servidores da administração direta, fundações e autarquias. O restante envolve compromissos do Tesouro com as consignações e os tributos sobre a folha.
 
A pasta explica que os empregados das fundações estaduais sob regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) recebem os vencimentos de maneira integral na segunda-feira (4).
 
Segundo Feltes, as dificuldades financeiras do Estado continuam mesmo com o novo acordo da dívida com a União, que prevê carência até o fim do ano. "A repactuação é um grande avanço diante do contexto político e econômico que o país atravessa, mas é insuficiente para resolver o desequilíbrio das contas estaduais."
 
O Rio Grande do Sul registra um déficit médio de R$ 550 milhões por mês na arrecadação. A parcela mensal da dívida do Estado com a União é de cerca de R$ 270 milhões. "Portanto, com a carência até o final do ano, apenas a metade dos nossos problemas em 2016 estariam superados", disse o secretário.
 
O novo parcelamento de salários se deve principalmente à frustração, segundo o governo estadual, em quase R$ 100 milhões da receita prevista para junho, ao custo de R$ 160 milhões na parcela indenizatória que acompanhou a quitação do 13º salário de 2015, e ao aumento dos repasses para setores como saúde e egurança pública.
 
De acordo com a Secretaria da Fazenda, o parcelamento dos salários terá impacto menor em algumas categorias, como os professores. Com o depósito inicial de R$ 2,6 mil reais por matrícula, 73% do Magistério, por exemplo, receberá integralmente no último dia útil do mês.